A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou na sexta-feira (7) que o número de casos do novo coronavírus na China está "se estabilizando", mas ressaltou que é muito cedo para saber se o vírus atingiu seu pico.
– Houve uma estabilização no número de casos relatados por Hubei, o epicentro do surto de vírus na província central da China – disse Michael Ryan, diretor do Programa de Emergência em Saúde da OMS, em uma reunião em Genebra.
A epidemia, entretanto, continua a se espalhar para fora da China continental e até agora mais de 320 casos de infecção foram confirmados em cerca de 30 países e territórios. A América Latina e a África continuam sendo regiões livres do novo coronavírus até agora. Todos os mortos pela epidemia estão na China continental, com exceção de duas vítimas registradas em Hong Kong e nas Filipinas.
Em número de mortes, o saldo total já está próximo ao da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou 774 pessoas em todo o mundo entre 2002 e 2003, embora especialistas tenham avisado que esse novo coronavírus é menos letal.
A expansão da epidemia levou as autoridades de Hong Kong a aplicarem, a partir deste sábado, uma quarentena drástica de duas semanas àqueles que chegam da China continental. As medidas de isolamento também permanecem em vigor em muitas cidades chinesas, onde dezenas de milhões de pessoas permanecem trancadas em suas casas.
A metrópole de Xangai, de 24 milhões de habitantes, considerada o pulmão econômico da China, exige a partir de sábado o uso de máscara em locais públicos.
Durante uma visita a Wuhan nesta semana, o vice-primeiro-ministro Sun Chunlan ordenou que as autoridades locais tomassem medidas "em tempo de guerra" e pediu, inclusive, que procurassem na cidade por habitantes com febre. A cidade e a província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, estão isoladas do mundo há duas semanas por um cordão sanitário.