Um passageiro argentino no navio Diamond Princess, cruzeiro colocado em quarentena na costa do Japão, está entre as 61 pessoas infectadas com o coronavírus na tripulação, de acordo com informações dadas por autoridades locais nesta sexta-feira (7).
Este é o primeiro caso confirmado de um latino-americano diagnosticado com coronavírus. De acordo com o jornal Clarin, outros sete passageiros argentinos estão na tripulação. O cruzeiro, que chegou segunda-feira (3) à noite perto do porto de Yokohama, a sudoeste de Tóquio, tem cerca de 3.700 passageiros e tripulantes, dos quais 273 foram submetidos a testes de triagem.
— Os resultados dos 171 testes restantes chegaram, dos quais 41 foram positivos — anunciou o ministro da Saúde do Japão Katsunobu Kato na sexta-feira, triplicando o número inicial de casos. Esses pacientes serão hospitalizados, assim como os anteriores.
Além de argentinos, existem 21 japoneses, 8 americanos, 5 canadenses, 5 australianos e um britânico, de acordo com as informações fornecidas pelo ministério.
Os testes foram inicialmente limitados a pessoas que apresentavam sintomas ou que haviam entrado em contato com um passageiro que desembarcou em Hong Kong e que foi diagnosticado com a doença.
Mas, agora, o ministro da Saúde disse que passará por testes adicionais as pessoas vulneráveis a bordo, como idosos, e aqueles que tiveram contato com os novos casos positivos.
A Diamond Princess atracou em Yokohama na quinta-feira (6) para uma quarentena que pode durar até 19 de fevereiro. Vinte pessoas já haviam feito testes cujos resultados foram positivos. Eles foram evacuados do navio. Um deles está em estado grave, anunciou o Ministério da Saúde, sem entrar em detalhes.
Passeios sob condições
Os passageiros do Diamond Princess, atracado próximo à Baía de Yokohama, no Japão, reclamam que estão aborrecidos a bordo, trancados na cabine, às vezes sem janela.
Pessoas sem luz natural ou janela para o exterior podem andar no convés em pequenos grupos para tomar ar, mas sob condições estritas, como o uso de uma máscara quando estão fora da cabine.
— As pessoas encarregadas da quarentena exigem que você evite formar grandes grupos e que mantenha pelo menos um metro de distância ao conversar — , disse o capitão na manhã de sexta-feira.
— Exigimos que você use pelo menos roupas quentes, um chapéu e um cachecol, se possível — acrescentou ele neste anúncio que pode ser ouvido em um vídeo transmitido por um dos passageiros, o britânico David Abel.
Um segundo navio, o Westerdam, com um passageiro suspeito de estar infectado, não poderá atracar em Okinawa, no extremo sul do Japão, informou o governo na sexta-feira.
Além dos 61 casos de coronavírus do cruzeiro, o Japão registrou 25 em seu território. A maioria desses pacientes estava em contato com pessoas que passaram por Wuhan, cidade chinesa onde a epidemia começou, o que causou mais de 600 mortes na China continental, onde mais de 31.000 pessoas foram infectadas.
As autoridades japonesas repatriaram mais de 600 de seus cidadãos Wuhan.
Um quarto vôo de evacuação de cidadãos japoneses, mas também de esposas estrangeiras japonesas ou com vínculos com o país, aterrissou na sexta-feira em Tóquio.