O Brasil segue sem diagnóstico confirmado de coronavírus, mas o Rio Grande do Sul tem uma nova suspeita e totaliza, agora, dois casos sob investigação, divulgou na tarde desta quinta-feira (13) o Ministério da Saúde.
Segundo a Secretaria da Saúde gaúcha (SES), a mais recente pessoa em observação é uma criança de dois anos que viajou à China e foi atendida em uma clínica de Novo Hamburgo. Após ser analisada, ela foi liberada para isolamento domiciliar.
O outro caso suspeito é de uma mulher de 56 anos que mora em Porto Alegre, viajou à China, apresenta quadro leve e foi orientada a ficar isolada em casa.
No Brasil, o número de casos suspeitos caiu de 11 para seis. Além das duas pessoas no Rio Grande do Sul, há outras três em análise em São Paulo e uma no Paraná. Todos viajaram para a China, mas não estiveram em Wuhan.
No mundo, são 59,8 mil casos de coronavírus e 1.367 mortes, um salto de 13,3 mil novos casos da doença de um dia para o outro. O grande aumento não significa expansão da doença, mas uma mudança na metodologia, afirmou o Ministério da Saúde da China à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Agora, o diagnóstico é clínico (feita pela observação de sintomas após consulta ao vivo com médico), e não apenas se o resultado é positivo em exames de sangue. A ideia é que o tratamento se torne acessível a mais pessoas.
Esclareça suas dúvidas sobre o coronavírus
O que é?
O coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias, como resfriado e pneumonia. Versões mais graves do coronavírus causam doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica, e o medo é de uma pandemia global.
Quais os sintomas?
Dentre os possíveis sintomas estão febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia.
Onde surgiu?
Na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China. A metrópole de 11 milhões de habitantes está isolada. Trens e voos foram interrompidos e detectores de febre foram instalados nas estações de embarque e no aeroporto. Nas estradas, a temperatura corporal é medida pelos postos de controle e, para sair da cidade, o transporte não pode ser feito de carro. Para evitar qualquer concentração de pessoas, as autoridades anularam as comemorações do Ano-Novo Lunar chinês na cidade. As autoridades também proibiram qualquer espetáculo e fecharam um museu.
Como surgiu?
O Centro para Vigilância e Prevenção de Doenças (CDC), equivalente dos Estados Unidos à Anvisa, identifica um grande mercado atacadista de peixes e frutos do mar na cidade de Wuhan como a origem das infecções.
Como ele é transmitido?
De animal para pessoa e de pessoa para pessoa. Segundo o governo chinês, o vírus pode se modificar e ser transmitido mais facilmente. Conforme o CDC, pessoas mais velhas parecem ter maior risco.
Como é o tratamento?
Não há tratamento contra o coronavírus em si, apenas contra os sintomas. Pacientes tomam remédio para baixar a febre e podem receber máscara de oxigênio para respirar melhor, por exemplo.
Quais os cuidados?
Lavar as mãos (sobretudo quem passar por aeroportos), evitar contato dos dedos com mucosas do nariz, olhos e boca. É recomendável usar álcool em gel.
A vacina contra a gripe protege?
Não. Segundo Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o vírus da gripe não é o coronavírus, e sim o influenza. Portanto, a vacina regular tomada antes do inverno não protege.
Por que o nome coronavírus?
O nome vem do latim corona, que significa coroa. Visto de um microscópio, o coronavírus parece uma coroa ou auréola.