A Secretaria Estadual da Saúde pediu e o governo federal tenta antecipar a distribuição da vacina da gripe no Rio Grande do Sul. O laboratório do Instituto Butantan, fornecedor do Ministério da Saúde, ainda produz a fórmula, já que ela deve estar atualizada e pronta para imunizar pessoas contra vírus novos.
A vacina não trará proteção contra o coronavírus, mas pode evitar a investigação de um número maior de casos suspeitos da doença no país. Até esta quinta-feira (6), não há nenhum confirmados no Brasil, mas nove pacientes são acompanhados, três deles no Rio Grande do Sul. Os sintomas do coronavírus são semelhantes aos da gripe, como febre alta e tosse. Muitos dos casos descartados até agora identificaram que as pessoas tinham H1N1.
A pasta federal e secretários avaliam que será possível realizar a distribuição das doses em março — no ano passado, a campanha foi lançada em abril.
— Já foi solicitado ao ministro. Hoje foi reiterado que os Estados do Sul, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são diferenciados, então, pedimos antecipação e nós temos a confiança de que, se o ministro conseguir ter essa produção mais cedo, vai antecipar — afirmou a secretária adjunta de Saúde gaúcha, Aglaé Regina da Silva.
A adjunta esteve nesta quarta e quinta-feira na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Brasília, para o encontro com o ministro Luiz Henrique Mandetta e demais secretários estaduais e de capital para debater a prevenção contra o coronavírus. Durante coletiva de imprensa, Mandetta afirmou que está tentando realizar a antecipação, mas que a situação depende do Butantan:
— Terminar a vacina mais cedo é bom pra todo mundo. Bom para o sistema e bom pra população.
O ministro diz ainda que a vacinação da população do sul do Brasil é prioridade, já que a incidência de gripe e resfriados é maior devido ao clima da região.
— No Sul, é onde você tem o maior número de casos de gripe porque o inverno lá é mais rigoroso, eles ficam fechados, trancam as casas, tem lareira. Então, lá, quanto antes a gente faz, mais anticorpos terão. É o Estado mais idoso do Brasil. A maior faixa etária é a do Rio Grande do Sul. O que eu puder disponibilizar, dentro de uma lógica de proteção para as comunidades, a gente vai disponibilizar — explicou Mandetta.
Durante o encontro com secretários, Mandetta pediu um plano de contingência do coronavírus para os Estados e para as capitais. No Rio Grande do Sul, o plano dará ênfase aos processos de identificação e tratamento de possíveis infectados com o novo vírus. O ministro pediu para que o plano seja entregue na próxima segunda-feira (10).
— Vamos dar ênfase ao atendimento para que cada unidade de saúde, qualquer um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, saiba que se chegar um caso suspeito, ele saberá como vai atender, como vai encaminhar e a conduta. E se o vírus for confirmado, ele sabe que terá um hospital de referência para poder dar atendimento ao paciente. Vamos mandar isso para o ministério com todas as ações de vigilância — disse Aglaé.