Correção: o valor da vacina ACWY para não conveniados nas unidades da Unimed Carlos Gomes e Shopping Total é R$ 350, e não R$ 346 como publicado entre 20h04min de terça-feira e 10h43min de quarta. Já a Imunoclin fica no Viva Open Mall, Avenida Nilo Peçanha, 3.228, loja 43, e não na Avenida Neusa Goulart Brizola, 422 como publicado até 17h desta quarta. O texto já foi corrigido.
Após estar em falta nas últimas semanas, um novo lote da vacina que mais protege contra a meningite, a ACWY, deve chegar nesta quarta-feira (15) a clínicas particulares de todo o Brasil, segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacina (ABCVAC). A entidade diz que a expectativa para 2020 é de que haja mais doses disponíveis, mas não precisou o número aguardado.
Encontrada apenas em clínicas particulares, a ACWY é indicada a crianças e adolescentes para proteger contra meningites e infecções generalizadas causadas pelas bactérias meningococos dos tipos A, C, W e Y. Cada dose custa cerca de R$ 300 em Porto Alegre.
A falta foi contornada nos últimos dias. Das 11 clínicas privadas da Capital consultadas pela reportagem de GaúchaZH, apenas quatro não tinham a imunização (veja a lista ao fim do texto).
Hoje, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) protegem-se apenas contra a meningocócica C, e com outras vacinas (entenda ao fim do texto). Mas, a partir do segundo semestre deste ano, a ACWY também será oferecida em postos de saúde para adolescentes de 11 e 12 anos, segundo o Ministério da Saúde.
A ABCVAC confirmou a falta de vacinas em clínicas privadas de todo o Brasil e afirma que colaborou para o cenário um aumento na procura após a morte de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março do ano passado, por suspeita de meningite bacteriana. Apesar de o hospital, à época, informar que a causa da morte foi pela bactéria, a prefeitura de Santo André divulgou mais tarde que a criança morreu por outro motivo – a causa não foi divulgada.
A entidade que representa as clínicas particulares diz que a escassez também foi influenciada pelo fluxo irregular de entrega no ano passado por parte do laboratório GSK. Em nota enviada à redação após o fechamento desta reportagem, a GSK afirmou que o atraso no repasse de vacinas ACWY a clínicas privadas se deve, principalmente, "à alta demanda registrada no últimos anos em virtude do crescimento populacional, expansão dos calendários de vacinação, eventos imprevisíveis, surtos e epidemias de doenças imunopreveníveis". O laboratório afirma que a entrega deve normalizar em 2020. Acrescenta que participou da licitação do Ministério da Saúde, em 2019, para prover vacinas ao SUS e já entregou todas as doses. Por fim, salienta que a fabricação de vacinas é um processo complexo, que demora de seis a 29 meses para terminar.
O desabastecimento da ACWY é constante e ocorre desde 2017, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), que chegou a publicar nota técnica sobre a escassez. Na logística da produção de vacinas, laboratórios produzem as doses um ano antes da venda, com base em projeções de consumo para o ano seguinte. Quando há um aumento inesperado na demanda, farmacêuticas não dão conta de entregar as novas imunizações a tempo.
Vacina estará no SUS neste ano
A ACWY será incorporada neste ano ao calendário nacional de vacinação e, portanto, passará a ser oferecida pelo SUS. A previsão de oferta em postos de saúde é para o segundo semestre de 2020, segundo o Ministério da Saúde. Questionada sobre quantas doses foram compradas até agora, a pasta não respondeu até a publicação desta reportagem. As vacinas aguardam controle de qualidade.
A ACWY é disponibilizada no SUS desde o ano passado apenas em um caso específico: pacientes diagnosticados com HPN, doença rara que faz a medula óssea não ser capaz de produzir glóbulos vermelhos o suficiente – esse tipo de célula é responsável por defender o organismo contra ameaças externas.
A Sbim e a Associação Brasileira de Clínicas de Vacina afirmam que a falta de ACWY em clínicas privadas não tem relação com o governo federal começar a comprar doses de laboratórios privados. A Sbim afirma que a falta passou a ocorrer muito antes de o governo federal incorporar a imunização ao calendário nacional de vacinação.
Sanofi Pasteur e Pfizer destacam, em nota enviada a GaúchaZH, que aumentou a demanda por ACWY de 2018 para 2019, mas afirmam que a maior demanda do SUS não afetou a venda para clínicas privadas. A Sanofi Pasteur diz que fornecerá 50% das vacinas que serão oferecidas pelo SUS neste ano.
Veja onde se vacinar em Porto Alegre
- Clini Baby
Rua Castro Alves, 624
Fone: (51) 3222-8898
R$ 320, disponível - Clínica de Vacinas Imune
Shopping Iguatemi - Avenida João Wallig, 1.800
Fones: (51) 3328-5322 / (51) 3328-6194
R$ 350, disponível - Clínica de Vacinas Vacine
Rua Oscar Bittencourt, 324
Fones: (51) 3233-9090 / (51) 3233-6990
R$ 340, disponível - Clínicas de Vacinas Mãe de Deus Center
Avenida Soledade, 569
Fone: (51) 3378-9802
R$ 390, disponível - Núcleo de Vacinas Moinhos de Vento
Shopping Iguatemi - Avenida João Wallig, 1.800
Fones: (51) 3327-7073 / (51) 3537-8400
R$ 350, previsão de reposição entre quinta (16) e sexta-feira (17) - Clínica Prophilaxis
Avenida Cristóvão Colombo, 545
Fone: (51) 3018-8236
R$ 340, disponível - Imunoclin
Viva Open Mall, Avenida Nilo Peçanha, 3.228, loja 43
Fone: (51) 3517-5755
R$ 330, em falta, sem previsão de reposição - Unimed Carlos Gomes
Rua João Caetano, n° 207
Fone: (51) 4004-2040 (opção 8)
R$ 315 para conveniados e R$ 350 para não conveniados, disponível - Clínica da Unimed
Shopping Total - Avenida Cristóvão Colombo, 545
Fone: (51) 4004-2040 (opção 8)
R$ 315 para conveniados, R$ 350 para não conveniados, disponível - Clínica de Vacinas Previne
Rua Coronel Bordini, 380
Fone: (51) 3337-5455
R$ 400, previsão de reposição até sexta-feira - Imunitá Clínica de Vacinas
Shopping Paseo - Avenida Wenceslau Escobar, 1.823, loja 19
Fone (51) 3574-5990
R$ 358, em falta, previsão de reposição até o fim da semana.
Vacinas oferecidas no SUS*
- Meningocócica C conjugada
Protege contra a meningite causada pela bactéria meningococo do sorogrupo C, mais comum e conhecida pela gravidade.
Calendário: doses aos três meses e aos cinco meses de idade. Primeiro reforço aos 12 meses e segundo reforço entre 11 e 14 anos. Adolescentes não vacinados na infância precisam imunizar-se. Pessoas com algumas doenças crônicas (como diabetes, câncer ou HIV) têm direito. - Pneumocócica 10-valente conjugada
Protege contra 10 sorotipos da bactéria pneumococo, a segunda meningite bacteriana mais presente no Brasil. Causa, além de meningite, pneumonia e otite média-aguda.
Calendário: primeira dose aos dois meses de idade e segunda dose aos quatro meses de idade. Reforço aos 12 meses. - Pneumocócica 13-valente conjugada
Protege contra 13 sorotipos da bactéria pneumococo, responsável por meningite, pneumonia e otite média-aguda. Adultos, adolescentes e idosos com algumas doenças crônicas têm direito.
Calendário: primeira dose aos dois meses e segunda dose aos quatro meses de idade. Reforço aos 15 meses. Em situação de risco, como diabetes e câncer, adultos também devem vacinar-se. A partir dos 60, a indicação é de uma dose de rotina. - Pentavalente
Além de proteger contra tétano, coqueluche, difteria e hepatite B, a pentavalente imuniza contra a bactéria hemófilos influenza do tipo B – antes de entrar no calendário nacional de vacinação, era a principal causa de meningite em crianças. Adultos, adolescentes e idosos com algumas doenças crônicas (como diabetes, câncer ou HIV) têm direito.
Calendário: primeira dose aos dois meses, segunda dose aos quatro meses e terceira dose aos seis meses. Reforço aos 15 meses de idade.
Vacinas oferecidas em clínicas particulares*
- Meningocócica C conjugada
É a mesma disponível no SUS, contra o sorogrupo C da bactéria meningococo.
Calendário: dose aos três meses e aos cinco meses de idade. Aos 12 meses de idade, primeiro reforço. Aos seis anos, segundo reforço (no SUS, esta dose não é aplicada), Terceiro reforço aos 11 anos. - Meningocócica conjugada ACWY
Protege contra os sorotipos A, C, W e Y do meningococo. As Sociedades Brasileiras de Imunização (Sbim) e de Pediatria (SBP) recomendam que a meningocócica C seja substituída pela ACWY, se possível.
Calendário: primeira dose aos três meses, segunda dose aos cinco meses e terceira aos 12 meses de idade. Reforço entre cinco e seis anos e mais um reforço aos 11 anos. Adolescentes não vacinados na infância devem ser imunizados. - Meningocócica B
Protege contra o sorogrupo B do meningococo.
Calendário: primeira dose aos três meses, segunda dose aos cinco e terceira dose aos 12 meses de idade. Adolescentes não vacinados na infância devem ser imunizados. Para adultos e idosos, a proteção é indicada apenas em situações de risco, como durante surtos. - Pneumocócica 13-valente conjugada
Protege contra 13 sorotipos da bactéria pneumococo, responsável por meningite, pneumonia e otite média-aguda.
Calendário: primeira dose aos dois meses e segunda dose aos quatro meses de idade. Reforço aos 15 meses. Em situação de risco, como diabetes e câncer, adultos também devem vacinar-se. A partir dos 60, a indicação é de uma dose de rotina. - Pneumocócica 23-valente
Protege contra 23 sorotipos de pneumococo
Calendário: aplicada em adultos e idosos com doenças crônicas, como diabetes, câncer ou HIV. Nesses casos, em crianças é aplicada somente após os 2 anos de idade. Para maiores de 60, a vacina é recomendada como rotina.
*Informações de Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).