As Vigilâncias Sanitárias municipal e estadual fizeram, na manhã desta quinta-feira (26), uma vistoria na Escola de Educação Infantil do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Santa Maria. A inspeção se deu em função da morte de duas crianças que estudavam no local, que está fechado, devido ao recesso escolar. Os alunos apresentaram os mesmos sintomas: dor abdominal, vômito e diarreia.
A prefeitura informou, por meio de nota, que durante a vistoria foram coletadas amostras de água nos pontos de armazenamento e inspecionadas as salas de aula e a cozinha da instituição. Além disso, o município assegurou que a “escola disponibilizou os controles necessários, laudos de limpeza da caixa de água e de fornecedores de alimentos”. Destacou, ainda, que “todas as pessoas que entrarem nas redes de saúde pública ou particular com sintomas devem ter coletadas amostras de sangue e de fezes”.
Após as mortes das duas crianças de Santa Maria, mais pessoas procuraram atendimento médico, entre esta terça (24) e quarta-feira (25), com sintomas semelhantes aos das vítimas. Conforme o secretário de Saúde do município, Francisco Harrisson de Souza, a suspeita é de que uma bactéria esteja causando o surto.
Harrisson disse, ainda, que os novos pacientes não tiveram contato com as crianças que morreram, ambas estudantes da escola do Sesi. Pais de alunos matriculados na instituição informaram que foi realizada uma festa no dia 14, um sábado, quando o município registrou atendimentos ambulatoriais relacionados a infecções intestinais.
O secretário descarta, inicialmente, que a transmissão esteja acontecendo pela água ou pelo ar. A principal hipótese é fecal-oral, quando se leva à boca fezes de alguém infectado ao consumir, por exemplo, alimentos mal lavados.
— Não significa que o colégio seja a fonte de contaminação, pode ser que uma criança tenha contaminado as outras. Não significa que o colégio tenha fornecido uma água ou alimento estragado. Nada disso. É que nós temos que procurar fatores comuns a essas pessoas para que possamos tratar dignamente e da forma mais rápida possível, para que não tenhamos mais óbitos —, declarou Harrisson.
O superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo, explica que a celebração de fim de ano envolveu apenas apresentações, sem distribuição de comida. Na manhã desta quinta-feira, em entrevista a GaúchaZH, Colombo informou que está em Santa Maria acompanhando os desdobramentos e destacou que atualizações sobre os casos dependem do resultados de exames e coletas que estão sendo feitos:
— Ainda vai desdobrar e ainda teremos outras análises para poder avançar em alguma situação. Como o próprio secretário de Saúde falou, não necessariamente pode ser um fato relacionado à escola. Pode ser vindo de fora, de qualquer outro tipo de contaminação com essas crianças, ou podem ser situações que não estejam necessariamente relacionadas. Então, nós não temos ainda uma afirmação. Vamos depender muito sim dos laudos e avaliações que serão feitos pelas equipes técnicas da Secretaria de Saúde.
Em nota, o Sesi comunicou que permanecerá monitorando os desdobramentos quanto aos fatos, atuando de forma ativa na identificação de suas causas e adotando as providências necessárias.