Depois de cinco anos de construção, os dois prédios anexos ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foram concluídos. As chaves foram simbolicamente entregues pelo Consórcio Tratenge — Engeform para a direção da instituição na tarde de ontem.
A ocupação da área ainda depende da aprovação do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) e da liberação do habite-se pela prefeitura. Outra etapa necessária para abertura do espaço a pacientes é a transferência dos equipamentos e mobiliários do prédio antigo para os dois novos. A expectativa da direção é de que, até o final do ano, tudo seja concluído para que pelo menos a nova emergência e a recepção do ambulatório comecem a operar em janeiro de 2020.
A reportagem entrou no novo prédio e percorreu as instalações da futura emergência. Mais ampla e com mais espaço entre os leitos, tem uma área física três vezes maior do que a atual — de 1,7 mil metros quadrados, passou para 5,1 mil metros quadrados. Servidores celebravam a entrega da obra, a maioria deles ingressando no local pronto pela primeira vez.
Com termômetros marcando 36ºC na tarde desta terça-feira (1) na Capital, pacientes e familiares se aglomeravam do lado de fora do hospital aguardando atendimento. Esse é, inclusive, um dos problemas que a nova recepção do ambulatório pretende solucionar: acolher pacientes e acompanhantes com mais conforto e estrutura de apoio.
Segundo o HCPA, são realizadas cerca de 1,5 mil consultas por dia, metade delas de pacientes do Interior ou de outros Estados, que chegam em vans no início da manhã e ficam esperando por consultas, muitas vezes, agendadas somente para o fim de tarde.
— (A obra) Qualifica mais do que quantifica. Qualifica porque teremos instalações de primeira linha. Teremos capacidade tecnológica que não nos deixa atrás de nenhum hospital do Brasil.
E vamos ampliar, sim, a capacidade de atendimento de pacientes críticos. Vamos, praticamente, dobrar a área de terapia intensiva — destaca a diretora-presidente do hospital, Nadine Clausell, ressaltando que a intenção também é dobrar o número de atendimentos no bloco cirúrgico.
Obras complementares ainda estão sendo feitas, como uma passarela para ligação entre o edifício principal e um dos novos prédios. A instituição também define como será o sistema viário, como entrada de ambulâncias, táxis, veículos de aplicativos, entre outros. Além disso, é preciso organizar, a partir de agora, o fluxo de medicamentos, alimentos, roupas hospitalares, resíduos e outros itens no complexo hospitalar.
Prioridade
Não haverá, nesse momento, aumento no número de leitos, consultórios ou atendimentos, porque o contrato com o gestor municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda estabelece o mesmo volume de repasses ao hospital. A maioria dos pacientes é via SUS, mas há atendimentos por convênios e particulares.
A ocupação dos demais espaços dos novos prédios seguirá conforme a disponibilidade de recursos. Uma das áreas prioritárias para transferência em 2020 é o bloco cirúrgico. Para que isso ocorra, será preciso, primeiro, instalar o Centro de Material Esterilizado. Os equipamentos para essa área estão em processo de licitação.
A estimativa é de que a ocupação total dos dois novos prédios esteja concluída até 2022. De acordo com a direção do Clínicas, ainda não há uma definição do que será feito com as áreas do prédio antigo que serão desocupadas.