Os sintomas são semelhantes aos de um ataque cardíaco: falta de ar e dores no peito. Contudo, a síndrome do coração partido, também conhecida como takotsubo, tem como gatilho fatores emocionais, e não o bloqueio de artérias. Ainda pouco compreendido, o problema foi objeto de estudo de um grupo de pesquisadores suíços e os resultados foram publicados no periódico European Heart Journal.
Pela primeira vez, cientistas conseguiram demonstrar a conexão das regiões centrais do cérebro, associadas a funções autônomas e de regulação do sistema límbico (que responde às emoções), nos pacientes com a síndrome.
No estudo, especialistas do University Hospital Zurich compararam exames de imagem dos cérebros de 15 pacientes que tiveram a síndrome com os de 39 pessoas saudáveis. Eles observaram, conforme a BBC, que aqueles que tiveram o problema tinham menos comunicação entre as regiões do cérebro envolvidas no controle das emoções e nas respostas automáticas do corpo, como os batimentos cardíacos. Estas áreas são reconhecidas pelo controle ou resposta ao estresse.
Jelena Ghadri, que participou da investigação, disse à BBC que, como as emoções são processadas no cérebro, é natural acreditar que a doença se origine nesse órgão, influenciando o coração. Essa condição é impulsionada por eventos estressantes, que podem ser tanto positivos, como um novo emprego, quanto negativos, como a perda de um ente querido.
Apesar dos achados, o trajeto exato do que ocorre no corpo ainda não é claro, necessitando mais estudos para compreender melhor essa síndrome. Estima-se que o problema afete cerca de 2,5 mil indivíduos por ano, no Reino Unido.