Por ano, o Brasil registra mais de 100 mil mortes em decorrência dos acidentes vasculares cerebrais (AVC). No mundo inteiro, são cerca de 6,5 milhões. Diante desses números, pesquisadores australianos avaliaram o impacto de atividades como ioga e tai chi chuan na prevenção do problema em novos pacientes e também nos que já o sofreram — sobreviventes têm 43% mais chance de ter um novo evento no período de 10 anos.
Segundo o estudo, publicado no fim de 2018 no periódico Future Neurology, as duas práticas orientais reduzem hipertensão e níveis de açúcar e ácidos graxos no sangue, considerados fatores de risco para AVC. Dessa forma, atuam tanto na prevenção do problema quanto na recuperação de quem já teve e, muitas vezes, têm os movimentos limitados.
— Nesse aspecto, eles são muito úteis. São gentis e ajudam no foco, estado da mente que os sobreviventes de AVCs perdem com frequência — disse Maarten Immink, pesquisador da University of South Australia (UniSA).
Para chegar à conclusão, os cientistas revisaram 26 estudos publicados entre 1985 e 2017 que analisaram como essas práticas moderavam os principais fatores de risco do AVC, incluindo pressão arterial, colesterol, diabetes, obesidade, ansiedade e consumo de álcool e cigarro.
— Evidências sugerem que essas técnicas regulam a pressão, pois ensinam as pessoas a respirar profundamente, estabilizando o sistema nervoso e reduzindo os batimentos cardíacos — afirmou Susan Hillier, também da UniSA.
A revisão também revelou que, ao reduzir a pressão, também ocorre uma melhora na saúde dos diabéticos, aumentando a circulação de sangue e a oxigenação dos tecidos, ajudando na produção de insulina e impulsionando antioxidantes.