Especialistas consultadas pela reportagem foram unânimes em ressaltar que o mais importante, na hora de escolher o tipo de absorvente para o período menstrual, é o conforto. Há opções de protetores externos e internos, o coletor menstrual (produto mais recente e popularmente conhecido como "copinho") e também calcinhas absorventes – como são reutilizáveis, deve-se ter um certo número de unidades para que se possa fazer trocas e lavagens ao longo do ciclo menstrual.
— Não tem nem prós nem contras, o que tem é o absorvente com que você melhor se adapta. Tem gente que não gosta de absorvente externo e só gosta de absorvente interno, mas nem todo mundo gosta do interno — exemplifica Carla Vanin, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da instituição e coordenadora do Ambulatório de Climatério da Santa Casa — Mas uma coisa importante é que as trocas têm de ser frequentes — ressalta.
Não há um período padrão para o descarte de um absorvente usado e a colocação de um novo. Dependendo da intensidade do fluxo, recomenda-se substituí-lo a cada ida ao banheiro ou em intervalos médios de seis horas. Uma rápida higienização com um lencinho umedecido no local, para maior conforto e proteção, é bem-vinda.
Um alerta é importante. No mercado, há opções de absorventes mais reforçados, geralmente anunciando "máxima proteção", "ultraproteção" ou "tripla proteção", para aquelas que têm de suportar fluxos de grande volume. Por conterem mais plástico em sua composição e dificultarem a ventilação no local, esses produtos representam risco de alergias para peles mais sensíveis.
— Os perfumados são contraindicados porque facilitam reações alérgicas — acrescenta a ginecologista Daniela Angerame Yela, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP), e membro da comissão de Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Preferências à parte, às vezes é necessário promover uma combinação entre os modelos internos e externos durante o ciclo menstrual. Se o fluxo estiver muito forte e houver risco de vazamento, as adeptas do protetor interno devem garantir maior tranquilidade colocando também um absorvente externo na calcinha. Para quem usa o interno e tem uma noite de sono que ultrapassa as oito horas, o recomendado é optar por um externo na hora de dormir.
— O ideal é não ficar tanto tempo com o absorvente interno ou o copinho por conta da higiene. Em 12 horas, você pode criar um meio de cultura para bactérias com o sangue retido e causar alguma infecção. Se você vai dormir bastante, não é muito aconselhado — orienta Daniela.
Absorventes do tipo míni, bem pequenos e finos, também conhecidos como protetores de calcinha, comumente utilizados para conter o corrimento que é natural fora do período menstrual, não têm seu uso aprovado pelos médicos. É preferível vestir uma calcinha de algodão, de onde a secreção vaginal vai evaporar, não deixando a roupa íntima úmida.
— A pele da região do períneo (área entre a vagina e o ânus) é muito frágil, delicada, predisposta a alergias — ressalta a ginecologista Maria Celeste Osório Wender, chefe do Serviço de Ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)