Um grande número de mulheres opta pelo regime de uso ininterrupto ou com poucas pausas da pílula anticoncepcional, devido a uma recomendação médica (após o diagnóstico de uma endometriose, por exemplo) ou simplesmente para ter uma rotina mais cômoda, sem as limitações impostas pelo sangramento mensal, que pode ter fluxo intenso, fortes cólicas e inchaço, entre outros sintomas.
Para a ginecologista Carla Vanin, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da instituição e coordenadora do Ambulatório de Climatério da Santa Casa, o ideal, antes de se fazer essa escolha, seria aguardar que os ciclos se estabilizassem para a menina que está começando a menstruar.
— A irregularidade pode ser normal por um tempo, e depois disso os ciclos se regularizam. Normalmente, essa estabilização acontece entre dois e quatro anos depois da menarca (primeira menstruação), quando seria o momento mais adequado para começar o uso de anticoncepcional, se for indicado — aconselha Carla.
Não há danos à mulher que decide não menstruar ou menstruar a intervalos de alguns meses.
— Isso não traz prejuízo, nem do ponto de vista geral de saúde, nem para o futuro reprodutivo. Uma mulher que usa esse esquema é igual à que faz a pausa todo mês. Quando as duas pararem de tomar a pílula, vai voltar a função ovariana original delas. É uma opção: se prefere menstruar menos vezes, ela opta por isso. Se prefere menstruar todo mês porque acha que quando menstrua tem a segurança de que não está grávida, tudo bem — diz a ginecologista Maria Celeste Osório Wender, chefe do Serviço de Ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).