Das 497 cidades gaúchas, apenas 182 (36,6%) não estão infestadas pelo mosquito da dengue. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o número é o maior da série histórica, iniciada em 2010. Os dados do Aedes aegypti foram apresentados nesta sexta-feira (30), considerada o Dia D de combate ao mosquito. Dos 315 municípios infestados (63,4% do total), 93 estão em situação de alerta ou de alto risco. Para o secretário Francisco Paz, a população precisa fazer a sua parte e monitorar possíveis criadouros.
— Nossa estratégia não é erradicar o mosquito, pois ele já se adaptou muito bem ao clima do Rio Grande do Sul. Mas queremos controlar a presença dele no Estado e evitar casos e surtos — afirma.
Neste ano, 69 municípios ingressaram na lista de afetados pelo Aedes aegypti – mosquito vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
— Vale ressaltar também que nenhuma cidade deixou a lista — lamenta Paz, ao salientar que a condição para deixar de ser infestado é não apresentar focos do inseto por um período de 12 meses.
O norte e o nordeste gaúchos são as regiões que mais preocupam o governo estadual. Isso porque as nove cidades com alto risco de infestação estão localizadas nessas regiões: Nonoai, Santo Antônio das Missões, São Nicolau, Três de Maio, São Borja, Garruchos, Santo Cristo, Vista Gaúcha e Ajuricaba. Mas permanecem em alerta diversos municípios da Região Metropolitana, da Região Central, das Missões e dos vales do Sinos e do Paranhana.
— Há uma mobilização importante sendo desenvolvida pelas prefeituras, mas o mosquito é mais forte — alerta, ao frisar a necessidade de se manter vigilante.
A recomendação é evitar locais com água parada, tampando caixas d'água, tonéis e latões guardando garrafas vazias com o bocal para baixo. Os pneus devem ser guardados sob abrigos, as lixeiras devem ser fechadas e as piscinas tratadas. Os vasos de plantas também devem ser observados, retirando-se a água dos pratos e substituindo-as por areia.
— O Rio Grande do Sul não apresenta, neste ano, casos de dengue contraídos dentro do Estado, apenas importados. Mas isso pode mudar se todos não fizerem a sua parte — lembra o secretário.