A Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, divulgou recentemente uma avaliação de azeites de oliva que se dizem extravirgens. Ao todo, 69 marcas foram submetidas a uma avaliação minuciosa para saber quais são realmente os ingredientes contidos nos produtos.
Das avaliadas, sete foram consideradas como sendo fraudadas e receberam o rótulo de “não compre” da Proteste. Mesmo que na embalagem dos produtos estivesse indicando que eles são do tipo extravirgem, a Proteste identificou, por meio de testes de laboratório, vestígios da adição de outros óleos vegetais – o que não pode acontecer.
Foram reprovadas as seguintes marcas:
- Barcelona (país de origem não identificado pela Proteste)
- Porto Valência (da Espanha)
- Casalberto (da Espanha)
- Olivenza (da Espanha)
- Faisão (do Chile)
- Borgel (do Chile)
- Do Chefe (país de origem não identificado pela Proteste)
As duas últimas já haviam sido reprovadas em testes anteriores pelo mesmo motivo. A reportagem de GaúchaZH tentou entrar em contato com as marcas para que dessem um posicionamento sobre o assunto, mas apenas as distribuidoras de duas delas, a Barcelona e a Borgel, têm sites.
A responsável pela distribuição do azeite Borgel informou que não pretende mais fazer a importação do produto, devido à reprovação nos testes. Já a Monções Industria e Comércio Eireli, responsável pelo azeite Barcelona, divulgou uma nota de esclarecimento em que diz que alimentos como azeite, óleo e derivados são supervisionados pelo Ministério da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento (Mapa) por meio de fiscalizações periódicas e que não cabe a nenhuma associação ou organização determinar a qualidade dos produtos. A empresa também diz que a Proteste não deu oportunidade de esclarecimento antes de divulgar os resultados. A empresa garantiu que atende a todos os requisitos exigidos pelo Mapa para poder classificar o azeite como extravirgem.
De acordo com a Proteste, os azeites das marcas Do Chefe, Barcelona e Olivenza não são envasados no local de produção, o que aumenta os riscos de oxidação e mistura de outras substâncias.
Mais problemas foram identificados durante a avaliação sensorial. A maior parte das marcas desclassificadas foi considerada como lampante, o que significa que o azeite veio de azeitonas de pouca qualidade, deterioradas ou fermentadas. Ou seja, não deveria nem mesmo chegar a ser distribuído. Para ser comercializado, o azeite deveria ser refinado, assim, as impurezas seriam retiradas.
Além disso, outras marcas foram consideradas pela Proteste como “fora do tipo”. La Pastina, Vilaflor, Prezunic, Great Value, Obra Prima, Estoril, Paesano, Camponês e Bom Dia deveriam ganhar a classificação de virgem, enquanto o azeite Casa Medeiros mereceria ser reconhecido como lampante.
A boa notícia é que o azeite que recebeu o rótulo de “melhor do teste” é brasileiro - da marca Prosperato, produzido no Rio Grande do Sul. Há, também, outros três produtos nacionais entre os 10 mais bem colocados. Isso confirma a qualidade dos azeites produzidos no país. A lista completa de todos os produtos avaliados pode ser conferida aqui.