O Rio Grande do Sul tem um caso importado de sarampo: um bebê de um ano, não vacinado, morador de São Luiz Gonzaga, nas Missões. Ele foi contaminado em viagem à Europa, onde há um surto da doença. A informação foi divulgada em comunicado emitido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), na noite desta quarta-feira (6). Conforme a SES, há cinco casos sendo investigados em Porto Alegre, todos ainda sem confirmação.
No Brasil, há 104 pessoas com a doença – além do Rio Grande do Sul, há registros apenas em Roraima e no Amazonas. O primeiro caso na Capital é justamente de um gaúcho que viajou ao Amazonas.
O sarampo está oficialmente erradicado no Brasil desde 2016, após o país receber certificado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, desde o início do ano, um surto no norte do país que começou em Roraima, com casos importados da Venezuela, está chamando a atenção do Ministério da Saúde. Contudo a pasta diz que não há risco de a doença se espalhar pelo país, apesar de a coordenadora de programa de imunizações ter admitido que a cobertura vacinal de sarampo é uma "tragédia"
Na Europa, o cenário é preocupante: o número de casos subiu 300% de 2016 para 2017, puxado pelo movimento antivacina. Os países que mais registraram ocorrências foram Romênia, Itália e Ucrânia.
Segundo dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs-RS), o Rio Grande do Sul encontra-se sem a circulação do vírus autóctone (contraído no Estado) do sarampo desde 1999. O caso era de Caxias do Sul. De 2000 a 2009 não houve casos de sarampo no estado.
Vinculados à importação, foram confirmados oito casos de sarampo com genótipo B3, que circula na África, no ano de 2010, logo após os jogos da copa do mundo na África do Sul. Em 2011, foram nove registros de casos importados de genótipo D4, que circula predominantemente na Europa, onde ocorria uma epidemia de sarampo naquele ano, com mais de 30 mil casos.
Perigo para crianças
Sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por um vírus, e capaz de trazer perigos, sobretudo para crianças. Os sintomas incluem febre, manchas no corpo, tosse, coriza ou conjuntivite. Entre as complicações, estão surdez, problemas pulmonares e cardíacos, encefalite e até a morte.
A melhor prevenção é a vacina, oferecida pelo Sistema Único de Saúde na Tríplice Viral, que também protege contra caxumba e rubéola. A imunização deve ser feita em duas doses na vida, aos 12 e aos 15 meses. Quem não a recebeu pode proteger-se na fase adulta, com intervalo de um mês entre as doses.