A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de casos de sarampo na Europa voltou a subir em 2017, após ter apresentado uma queda significativa em 2016. No ano passado, foram registrados 21.315 casos da doença e 35 mortes, ante 5.273 registros em 2016.
Os dados foram apresentados pelo Escritório Regional da OMS para a Europa na véspera da reunião de ministros da Saúde realizada nesta terça-feira (20) em Montenegro para abordar a imunização. A meta da reunião é discutir o Plano de Ação de Vacina na Europa até 2020, que inclui a erradicação do sarampo e da rubéola.
Segundo a OMS, a explosão de casos da doença foi acompanhada por grandes surtos, registrando cem ou mais casos, em 15 dos 53 países da região. Os três países que mais registraram casos foram Romênia, Itália e Ucrânia, com 5.562, 5.006 e 4.767 casos, respectivamente. São países que tiveram de enfrentar problemas como o declínio da imunização de rotina, baixa cobertura em grupos marginalizados e interrupções no fornecimento de vacinas.
— Toda nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa nos lembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivem, correm o risco de contrair a doença e espalhá-la para outros que podem não ter conseguido se vacinar. Mais de 20 mil casos de sarampo e 35 vidas perdidas só em 2017 são uma tragédia que simplesmente não podemos aceitar — disse Zsuzsanna Jakab, diretor Regional da OMS para a Europa.
— A eliminação do sarampo e da rubéola é um objetivo prioritário com o qual todos os países europeus estão firmemente comprometidos e uma pedra angular para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à saúde. Este retrocesso de curto prazo não pode nos dissuadir do nosso compromisso de ser a geração que libertará nossos filhos dessas doenças de uma vez por todas — declarou.
Surtos de grandes proporções também foram registrados em países como Grécia (967), Alemanha (927), Sérvia (702), Tadjiquistão (649), França (520) e Rússia (408). Bélgica (369), Reino Unido (282), Bulgária (167), Espanha (152), República Tcheca (146) e Suíça (105) integram a lista.
De acordo com a organização, ações para conter o alastramento da doença e parar os surtos atuais estão sendo realizadas, entre elas a imunização de profissionais de saúde, conscientização da população e melhora no planejamento e logística de suprimentos.