Faltando três dias para o fim da campanha de vacinação contra a gripe, o Rio Grande do Sul contabiliza mais uma morte pela doença. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), quatro pessoas perderam a vida em 2018 em decorrência da influenza A e suas variações. O último caso trata-se de um paciente de Porto Alegre acometido pelo vírus H3N2. No mesmo período do ano passado, o número de mortes chegava a 28.
Conforme o boletim epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, metade das vítimas apresentava pelo menos um fator de risco. Entre eles, o mais frequente era doença cardiovascular. Um dos pacientes chegou a receber a imunização em 2018. “No entanto, não é considerado vacinado pelo fato de a dose ter sido ministrada após o início dos sintomas da doença”, explica o relatório.
Ao todo, 80 casos de gripe A foram confirmados: 40 de H1N1, 23 de H3N2, 5 de influenza A não subtipada e 12 de influenza B. Das mortes, duas são por consequência do vírus H1N1, uma por H3N2 e uma por não subtipada.
Até agora, 2,1 milhões de pessoas que integram os grupos prioritários foram vacinadas no Rio Grande do Sul na campanha deste ano. Com isso, o Estado atingiu 80,8% da meta, crescimento de 2,5% nos últimos dias — mas ainda abaixo dos 90% esperados. A maior preocupação ainda é com as crianças, apenas 59,6% foram levadas aos postos de saúde para receber a imunização. Os grupos com maior adesão à campanha são os indígenas (95,1%) e idosos (90,1%).
Questionado sobre a liberação das doses para toda a população após o fim da campanha, o secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, informa que a definição ficará a cargo de cada município.
— Se sobrar doses, cada secretaria municipal poderá escolher se estende a aplicação para os demais grupos — reitera.
Surto de toxoplasmose
Em coletiva nesta quarta-feira (22), a SES confirmou os números de casos confirmados de toxoplasmose divulgados pelo Ministério da Saúde e prefeitura de Santa Maria na última segunda-feira. São 1.430 casos notificados, 1.103 suspeitos, 569 confirmados e 57 descartados. Ainda necessitam de classificação 270 casos. A fonte da infecção, porém, ainda não foi descoberta. De acordo com o Francisco Paz, o trabalho de identificação do motivo do surto está em andamento.
— São diversos dados, estatísticas e exames de laboratório que precisam ser cruzados e estudados para conseguir apontar o motivo do surto. É um trabalho extenso e que pode chegar, inclusive, a não ter uma única conclusão — observa.
O secretário salienta que o surto da doença em Santa Maria já teve seu ápice e deve caminhar para um declínio.
Sarampo
A Secretaria de Saúde também reiterou a necessidade da população realizar as imunizações do calendário vacinal. Isso porque seis casos de sarampo foram registrados no Rio Grande do Sul neste ano, sendo cinco em Porto Alegre. A doença, porém, é considerada erradicada no Brasil. Os casos são relatados como importados (um paciente que viajou à Europa e outro que viajou a Manaus), mas alertam para a baixa adesão às campanhas de vacinação.