Uma nova droga desenvolvida por pesquisadores de um centro espanhol pode prevenir sintomas da diabetes tipo 1 e ser a possível cura para a doença. É o que aponta um estudo publicado na revista Nature Communications, nesta segunda-feira (16). As informações são do portal G1.
A diabetes tipo 1 faz com que o nosso sistema imunológico confunda as células do pâncreas com células invasoras e, por isso, as ataca. O grande desafio dos cientistas era descobrir um tratamentos eficiente que barrasse esse ataque indevido.
Segundo o estudo, coordenado pelo Centro Andaluz de Biologia Molecular e Medicina Regenerativa, em Sevilha, na Espanha, a droga impede que o sistema de defesa do corpo ataque as células beta do pâncreas – responsáveis pela produção da insulina.
A insulina está ligada ao aproveitamento de glicose das células, e a sua falta pode causar hiperglicemia – aumento de açúcar no sangue. Essa condição pode provocar cegueira e até a amputação das pernas.
A droga desenvolvida pelos pesquisadores utiliza BL001 – substância semelhante à produzida no fígado, que combate a inflamação em órgãos digestivos, evitando a morte precoce das células. Sendo assim, a droga pode regenerar as células beta do pâncreas, aumentando a secreção de insulina, evitando a hiperglicemia.
"Nós mostramos que, com a BL001, prevenimos e revertemos a diabetes em três tipos diferentes de animais com diabetes tipo 1", dizem os pesquisadores no estudo.
Isso pode tornar-se um alívio para os pacientes que possuem a doença. Eles não serão mais obrigados a injetar insulina constantemente, pois poderão secreta-la naturalmente, já que a droga impede a morte das células que produzem o hormônio.
A pesquisa ainda está em fase experimental. Os cientistas têm feito experimentos em ratos e conseguiram reverter a diabetes tipo 1 nos roedores. O próximo passo seria desenvolver uma molécula mais estável da BL0001, para ser testada em seres humanos.
Segundo o G1, o tratamento pode levar alguns anos para ser posto em prática e é possível que os efeitos apresentados nas cobaias não aconteçam nos humanos.