A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou o desabastecimento do leite especial Neoadvance, destinado às crianças com alergia à proteína do leite de vaca. A doença é diferente da intolerância à lactose e pode gerar várias consequências como náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, provocando déficit no ganho de peso e desnutrição. Em alguns pacientes também pode ocorrer urticária e manifestações respiratórias.
Conforme o governo, o processo de compra do produto está em fase de conclusão, mas a SES não informa uma data para a entrega do leite especial nas farmácias do Estado. Na rede privada, cada lata de 400 gramas do produto custa cerca de R$ 200.
A pequena Bia Piacentini Betti, de 2 anos, está sem o leite especial desde o meio de janeiro. A administradora Janáia Piacentini, 39 anos, mãe da Bia, conta que a última vez que conseguiu retirar o medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi no final do mês de dezembro.
— São 12 latas por mês que ela consome. O valor chega a R$ 2 mil. Há 15 dias estamos arcando com os custos sozinhos — detalha.
A alergia da Bia foi diagnosticada aos 5 meses de idade. A liberação do leite especial pelo Estado levou cerca de 60 dias. Desde lá, toda a alimentação da pequena é preparada à parte, sem leite ou seus derivados. — Até os utensílios domésticos são separados, para não ter contaminação — observa.