Lucy da Silva Dihl faleceu na terça-feira (10), aos 96 anos. Natural de Porto Alegre, era filha de Maria da Glória Martins da Silva e Júlio Antônio Belém da Silva
Ao longo de quase um século, testemunhou mudanças marcantes na cidade, como a enchente de 1941, que viveu intensamente aos 13 anos, quando precisou ser resgatada de barco na casa onde morava, na Rua Dona Sebastiana.
Dona Lucy era sinônimo de união. Casou-se aos 16 anos com Celso Dias Dihl, com quem compartilhou mais de 50 anos de casamento. Juntos, tiveram duas filhas, Suzana (in memoriam) e Sandra. Deixa, ainda, seis netos e nove bisnetos, que guardam com carinho os ensinamentos e histórias transmitidos pela avó.
Memórias
Na cozinha, Lucy expressava seu amor. Reunir a família ao redor da mesa era uma de suas maiores alegrias. Seus biscoitos, bolachas e bolos, retirados do tradicional livro de receitas, são lembranças que continuam aquecendo o coração dos que a conheceram. Mesmo nos últimos anos, fazia questão de manter essa tradição.
Vaidosa e de espírito leve, cultivou por 62 anos o hábito de veranear em Capão da Canoa. Ali, homenageava a atriz Esther Williams ao formar uma estrela com suas amigas durante os banhos de mar. Sempre elegante, não dispensava touca de banho para proteger os cabelos, brincos e um toque de perfume, reforçando sua presença marcante.
Católica fervorosa, nasceu no dia 13 de maio, data de Nossa Senhora de Fátima, a quem dedicava sua devoção e gratidão. A fé e a generosidade a acompanhavam em cada passo, refletindo-se em suas ações caridosas e em sua postura acolhedora.
Com sua partida, Lucy deixa saudade, mas também o exemplo de amorosidade, alegria e serenidade. O céu, como ela dizia, está agora mais bonito.
A cerimônia de cremação foi realizado no dia 10 de dezembro, no Crematório Metropolitano, em Porto Alegre.