O motorista acusado de causar um acidente com atropelamento nas imediações do Parcão, em Porto Alegre, em abril de 2016, foi condenado em julgamento que terminou nesta quarta-feira (13). Thiago Brentano, empresário de 48 anos, deverá cumprir pena de cinco anos e cinco meses de prisão por três tentativas de homicídio. O regime inicial será semiaberto. O homem poderá recorrer em liberdade.
Conforme denúncia do Ministério Público (MP), Brentano respondeu por tripla tentativa de homicídio, com dolo eventual ao assumir o risco com conduta imprudente.
A sessão iniciou na manhã de terça e terminou já na madrugada de quarta. A sentença foi lida pelo juiz da 1ª Vara do Júri, Francisco Luís Morsch, que presidiu o julgamento.
Ao longo do júri, foram ouvidos o réu e 12 testemunhas — oito de acusação e quatro de defesa. A oitiva e o interrogatório foram seguidos pelos debates entre defesa e acusação, que apresentaram seus argumentos aos jurados.
Relembre o caso
A denúncia do MP afirma que Brentano estava sob efeito de álcool e com carteira de habilitação suspensa. Ele dirigia um carro Audi.
O MP argumenta que o empresário ultrapassou um sinal vermelho em alta velocidade durante um racha. Na sequência, colidiu em um táxi e, após, em um Peugeot estacionado, que foi lançado contra pedestres.
Foram atingidos Thomaz Attílio Lodi Coletti e Rafaela Cruz Perrone, que passeavam com um cachorro na calçada. Também ficou ferido Diego Pereira Rodrigues, passageiro do carro conduzido pelo réu.
O que diz a defesa
Na semana passada, a defesa de Brentano afirmou a Zero Hora que o ocorrido se trata de um acidente de trânsito e não de tentativa de homicídio.
Em depoimento logo após o caso, Brentano admitiu que estava saindo de uma festa, onde disse ter consumido duas long necks de cerveja, mas negou estar participando de um racha.
Sobre a fuga do local, disse que não percebeu que havia vítimas e que se preocupou apenas com o seguro do carro, que não seria coberto por conta da suspensão da carteira de motorista e de um possível bafômetro positivo. Sobre a alta velocidade, alegou que imaginou que seria assaltado na quadra anterior e que, por isso, acelerou e furou um sinal vermelho.
Após divulgação da sentença, o advogado Jader Marques, representante da defesa de Brentano, afirmou à reportagem que o cliente "teve a sensibilidade de admitir o erro de estar dirigindo sem carteira e em velocidade inadequada". Confira a nota completa abaixo:
O acusado, no julgamento realizado ontem, no contato direto com as vítimas das lesões ocasionadas pelo acidente, teve a sensibilidade de admitir o erro de estar dirigindo sem carteira e em velocidade inadequada. O pedido da defesa, honrando o gesto de grandeza do próprio acusado, foi de condenação e os jurados atenderam o pleito da acusação e do próprio réu.