Um ato em memória das vítimas do ataque do Hamas há um ano, em Israel, foi realizado nesta segunda-feira (7). Integrantes da comunidade judaica do Rio Grande do Sul e representantes da sociedade civil se reuniram na Sinagoga da União Israelita Porto Alegrense (UIPA). O atentado de 7 de outubro de 2023 deixou 1.205 mortos.
— O antissemitismo se potencializou depois do 7 de outubro. Justificar a violência como uma posição política de resistência gera mais violência. Criticar o governo de Israel é um ato legítimo e democrático. Mas criticar o povo judeu indiscriminada e generalizadamente é um ato equivocado — declarou o presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, Marcio Chachamovic.
Em ato marcado por emoção e orações, participantes expressaram respeito à memória das vítimas e manifestaram a importância do resgate aos 101 reféns que permanecem sob controle do Hamas.
O ataque ocorreu no dia de Simchat Torá, uma das principais datas do calendário judaico. Foi executado com foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza. Junto aos bombardeios, milicianos se infiltraram em Israel por mar e por terra, invadindo comunidades.
O Hamas reivindicou a autoria do atentado. A agressão dos terroristas foi lançada em um contexto em que Israel e Arábia Saudita, sob mediação dos Estados Unidos, negociavam o estabelecimento de relações bilaterais, uma abordagem condenada pelo Hamas e pelo Irã.
Emocionado, o comerciante Celso Zilberknop, 63 anos, afirmou sentir que a guerra é a pior expressão de descontentamento da humanidade.
— Temos de acreditar num futuro melhor, de entendimento e paz — apontou ele.
Brasileiros entre as vítimas
Em um dos locais atacados, na parte sul de Israel, a rave Universo Paralello (festa de música eletrônica criada no Brasil pelo pai do DJ Alok) foi interrompida pela onda de violência. Três brasileiros que estavam no evento morreram.
Um deles foi o gaúcho Ranani Glazer, 23, que teve a morte confirmada em 9 de outubro daquele ano. No dia seguinte, foi a vez da jovem carioca Bruna Valeanu, 24. E no dia 13, a de Karla Stelzer Mendes, 42, também do Rio de Janeiro. Na rave, pelo menos 370 pessoas foram assassinadas.
Dos ataques realizados no festival e em cidades fronteiriças, os terroristas levaram centenas de reféns. Em 22 de outubro do ano passado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil foi informado sobre o desaparecimento de mais um cidadão brasileiro em Israel: Michel Nisembaum, 59. Em 24 de maio deste ano, o corpo dele foi um dos três recuperados pelo exército israelense na Faixa de Gaza.
Início da guerra
Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou a operação Espadas de Ferro e declarou que o país havia entrado em guerra.
Com o início do conflito, brasileiros passaram a pedir auxílio do governo federal para sair da zona de guerra. Com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), 1.560 pessoas já foram resgatadas.