Mantido refém pelo grupo terrorista Hamas desde os ataques de 7 de outubro, o brasileiro Michel Nisembaum, 59 anos, morto na Faixa de Gaza, viveu, no início dos anos 1970, em Porto Alegre. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, ele estudou no Colégio Israelita, na capital gaúcha, onde passou parte da infância.
Quem lembra o período é o jornalista Léo Gerchman, que foi colega de Nisembaum.
- Éramos crianças. Brincávamos juntos - conta.
Nisembaum foi para Israel aos 13 anos. Na vida adulta, trabalhou como prestador de serviços de tecnologia, motorista e vendedor. Nos últimos anos, atuou como guia turístico. Na trágica manhã de 7 de outubro, enquanto os terroristas do Hamas atacavam Israel nas áreas próximas a Gaza, ele saiu para buscar a neta de quatro anos na base militar de Re'im, onde ela estava com o pai, que é soldado das Forças de Defesa de Israel. Foi quando desapareceu.
O Itamaraty acredita que ele era o único brasileiro mantido refém pelo Hamas. Uma das preocupações da família era que Nisembaum necessitava de medicamentos de uso contínuo (era diabético e sofria com a doença de Crohn). Não se sabia se os remédios estavam chegando a ele.
Seu corpo foi recuperado nesta sexta-feira (24) durante operação de Israel em gaza. Ele tinha duas filhas e quatro netos.