O desligamento da Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) número 16, na Rótula das Cuias, voltou a alagar, na manhã desta segunda-feira (3), partes dos bairros Praia de Belas, Menino Deus e Cidade Baixa. O problema foi resultado de um desligamento em razão de serviços elétricos da CEEE Equatorial.
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), não houve aviso prévio por parte da concessionária de energia. Para contornar o problema, o Dmae providenciou nova instalação de um gerador de energia, de 500 kVA. Por volta do meio-dia, o aparelho foi ligado e a casa de bombas voltou a funcionar.
A estação contava com um equipamento, mas, com o restabelecimento da energia pela Equatorial, o aparelho foi deslocado para atender outras estações sem energia em Porto Alegre.
Conforme o Dmae, após o problema desta manhã, o gerador será mantido de forma fixa. A previsão é que o equipamento comece a funcionar até o início da tarde. A operação da drenagem de água será imediata.
Há quase duas semanas, a casa de bombas também parou de operar. O problema ocorreu no dia da chuva forte, em 23 de maio. Naquela oportunidade, segundo o departamento, o gerador de energia apresentou problemas técnicos.
Apesar do religamento, o DMAE alerta que outras ruas do entorno podem seguir apresentando acúmulo de água. Isso porque há ruas e avenidas cujo escoamento da água dependem da redução do volume no arroio Dilúvio.
Um mês da enchente histórica
A pior enchente da história de Porto Alegre completa um mês nesta segunda-feira (3). Com elevações e recuos do Guaíba, a cidade segue imersa no desafio de recompor os danos provocados pela maré barrenta que invadiu ruas e cercou prédios. O trabalho será árduo e prolongado: montanhas de móveis, roupas e lama retiradas de casas e empresas ocupam calçadas e canteiros da Zona Sul à Zona Norte, do Centro Histórico ao 4º Distrito. Há mil residências sem luz e o abastecimento de água segue intermitente em alguns bairros.
O impacto econômico da enchente sobre o município foi brutal. Dados da prefeitura indicam que pelo menos 45,9 mil empresas de pequeno, médio ou grande porte foram atingidas pelo avanço da água — 29 mil delas do setor de serviços.