A prefeitura de Porto Alegre determinou a abertura de uma investigação no Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) após a revelação de que engenheiros do órgão haviam feito alertas em 2018 e 2023 sobre deficiências em casas de bombas da Capital.
A informação da abertura do processo de apuração foi confirmada por meio de uma nota publicada na tarde deste sábado (25). A investigação, que será conduzida pelo próprio Dmae, ocorrerá em caráter de urgência, mas ainda não há uma projeção de quando será concluída.
"A Prefeitura de Porto Alegre informou neste sábado, 25, que o prefeito Sebastião Melo determinou ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) abertura de investigação preliminar sumária (IPS) para apurar eventuais problemas em providências a partir de relatório de engenheiros do departamento sobre as estações de bombeamento de água pluvial. A investigação, em caráter de urgência, deverá abranger todos os processos relacionados ao tema", diz a nota.
Segundo informações obtidas pelo Grupo de Investigação da RBS (GDI), engenheiros da prefeitura alertaram em 2018 e 2023 sobre deficiências em casas de bombas que poderiam contribuir para inundações em Porto Alegre. Um processo interno com esses alertas ficou parado por quatro anos, sem que o município buscasse soluções para problemas em estações de bombeamento.
Ainda de acordo com os documentos obtidos pelo GDI, em 29 de novembro do ano passado, um engenheiro do Dmae emitiu um aviso depois das fortes chuvas que atingiram o Estado em setembro e naquele mês. O alerta apontava problemas nas casas de bomba 13, 17 e 18, que poderiam, em caso de nova e maior subida do nível do Guaíba, causar grande alagamento nas áreas centrais de Porto Alegre.
Pelo menos em relação às estações 17 e 18, os problemas já estavam registrados em documentos que tramitavam em secretarias municipais desde 2018, quando um aviso em 5 de setembro foi assinado pelo mesmo engenheiro que retomou o assunto em novembro de 2023. Depois de o apontamento tramitar entre duas secretarias, o processo ficou quatro anos parado, e só voltou a ter andamento em outubro passado, com pedidos de análises referentes aos problemas anteriormente apontados e a inclusão de outras demandas. Até o início da chuva intensa que gerou enchentes e alagamentos neste ano por grande parte do Estado, incluindo Porto Alegre, não foram adotadas soluções para os apontamentos.