Em entrevista coletiva da prefeitura de Porto Alegre nesta segunda-feira (13), o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss, anunciou o acordo envolvendo isenções de pagamento de água para as áreas da Capital atingidas pela cheia. Junto dele, estavam o prefeito Sebastião Melo e o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), Alexandre Saltz.
— Para quem paga tarifa social, estamos isentando por seis meses, a partir da data da assinatura do termo. Daqui para frente, então, (por meio ano) quem for beneficiar-se da tarifa social, será isento de todo e qualquer custo. Para a tarifa não social, ou seja, para a sociedade em geral, estamos propondo dois meses — explicou Loss.
Para os clientes que sofreram apenas desabastecimento, o custo da conta de água, após retomada do consumo, vai ser limitado à média dos últimos seis meses para não aumentar os valores a serem pagos em caso de eventual excesso.
O diretor geral comparou, durante a coletiva, os moldes do plano de isenção de tarifas com o que foi realizado pela Corsan em 67 municípios. No caso da companhia, os beneficiados pela tarifa social também serão isentos por meio ano.
A medida de isenção também foi imposta para 152 abrigos cadastrados na prefeitura, que não precisarão pagar a conta de água enquanto atuam como alojamento para cidadãos necessitados. Estes locais continuarão por mais um mês subsequente ao desmonte — quando a situação da enchente e alagamento melhorar em Porto Alegre — sem precisar desembolsar o valor mensal para o Dmae.
Já o diretor-geral do MP afirmou que este acordo será assinado até o final desta segunda-feira, na sede provisória do Ministério Público (a principal está alagada).
— Nós temos que trazer conforto, segurança e acolhimento para as pessoas que já estão enfrentando problemas suficientes, nesse momento tão crítico em que se vive. Uma das angústias que assola as pessoas, de uma maneira geral, é o boleto que começa a chegar com a virada do mês. Esse acordo busca justamente garantir para essas pessoas os direitos dos consumidores — disse Saltz.
Situação da ETA Moinhos de Vento
A previsão para o sistema da Estação de Tratamento de Água do bairro moinhos de vento ser religada segue para a madrugada ou manhã de terça-feira (14). Neste caso, só será restabelecido o abastecimento na noite de quarta-feira (15). Os trabalhos no local seguem intensos, segundo Melo:
— É de conhecimento de todos na cidade, a complexidade da retomada d'água nesta estação de bombeamento e tratamento. Quero fazer um reconhecimento público dos funcionários do Dmae (pelo empenho).
Na sequência, Melo relembrou que, com a cota do nível do Guaíba subindo e a possibilidade de chegarmos aos 5m50cm, o trabalho pode ser prejudicado. Por isso, é importante que a retomada do sistema ocorra o quanto antes.
Apesar do possível crescimento da água, a estimativa é de que os danos sejam menores do que os da última semana, no que diz respeito ao abastecimento em Porto Alegre. Sete casas de bomba seguem em funcionamento e três estão com tentativa de restabelecimento.
A prefeitura salientou, contudo, a importância de que as pessoas ainda não retornem para casa nos locais alagados, devido às previsões de aumento da cheia.
Novo corredor humanitário
Uma segunda pista para o corredor humanitário, o qual já tem um acesso da Avenida Castelo Branco ao Viaduto da Conceição, está sendo analisada pela prefeitura.
— Estamos estudando fazer uma segunda pista no corredor humanitário. Ele tem sido fundamental. Estamos analisando a possibilidade. Darei a notícia assim que tivermos firmeza — avalia Melo.
Dados referentes às cheias no site da prefeitura
Foi anunciado na coletiva, que o site da prefeitura de Porto Alegre agora conta com uma página em que os usuários podem acompanhar as áreas afetadas da cidade e as medições de água acumuladas na última semana.