O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, Walter Collischonn, projetou o cenário da enchente do Guaíba para os próximos dias. Segundo o especialista, a chuva e o vento previstos para o fim de semana devem postergar a descida do nível d’água.
— A gente tem essa previsão de chuva no final da semana. Desde domingo, pelo menos, a gente tem essa previsão. Se acontecer essa chuva como ela está prevista, vai retardar um pouco essa essa descida do nível d 'água — confirmou Collischonn.
Na terça-feira (7), o também hidrólogo da UFRGS, Fernando Fan, falou que o repique — quando a água começa a baixar, mas por conta de algum evento, ela volta subir — poderia acontecer por conta das chuvas que atingem a Capital. A partir disso, o Guaíba só deve baixar aos 4 metros na outra terça-feira, dia 14, e o nível deve seguir por volta dos 5 metros nos próximos dias.
Collischonn também dissertou sobre o impacto do forte vento que já começou a chegar ao RS.
— Existe uma força que o vento exerce sobre a superfície. Essa força se distribui sobre toda a superfície de um corpo d'água extenso, como é o Guaíba ou a Lagoa dos Patos. E essa força acaba resultando na elevação do rio num lado, e a diminuição do nível no outro. Isso se observa, por exemplo, nos diversos lagos no litoral do Rio Grande do Sul, em que às vezes o desnível de um lado para o outro pode chegar a cinquenta centímetros, um metro, dependendo da situação — explicou.
Não há uma previsão de quando os bairros Sarandi e Humaitá, por exemplo, vão voltar a ficarem secos. A previsão meteorológica também é limitada, e só consegue mensurar até mais ou menos 10 dias para frente. Com a cota alta de água, ainda não se consegue afirmar quando a situação será normalizada.