São as águas do Guaíba e do Rio Jacuí que abastecem Porto Alegre. Enquanto seis estações de bombeamento bebem dessas fontes e suprem a cidade, outras seis são responsáveis pelo tratamento antes de alimentar as torneiras das residências.
Quando acontece de algum bairro ficar desguarnecido, como na histórica enchente que devasta o Rio Grande do Sul, é possível fazer manobras no sistema de distribuição para garantir algum fornecimento, garante Joicinele Becker, diretora de tratamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
— Em alguns pontos do sistema de distribuição, existe a possibilidade de alimentar uma localidade por mais de um sistema. São manobras que fazemos para diminuir a população afetada — diz.
Mas não dá para bombear água diretamente de uma estação de tratamento (ETA) para outra. O que se faz é encontrar um ponto no sistema de distribuição de uma localidade que esteja em conexão com um ponto de outro sistema. Não é simples e nem garante que a água chegará com plena vasão a torneiras ressequidas.
— O sistema tem centenas de registros e válvulas. Mas precisamos calcular muito bem o melhor ponto antes de fazer qualquer manobra, para não gerar desabastecimento em outra região. Fazemos um estudo de vasões e pressões da tubulação das regiões para que, de alguma forma, possamos colocar alguma água de uma região abastecida para uma região desabastecida — detalha Becker.
Nem todas as seis estações de tratamento mantêm ligação umas com as outras. Enquanto o sistema do Menino Deus possui pontos que fazem conexão com o sistema Moinhos de Vento e com o sistema Belém Novo, e vice-versa, as Ilhas são um sistema completamente isolado.
— Cada sistema tem um nível de interligação com outro. É bastante complexo e não dá para dizer quantos pontos são e onde são — resume a diretora do Dmae.