A comunidade Tekoá Jata'ity (Jataitã), na comunidade do CantaGalo, em Viamão, na Região Metropolitana, está sem coleta regular do lixo desde o início do ano letivo, dia 19 de fevereiro. A prefeitura do município alega que o acesso a localidade é por uma estrada de chão e que os caminhões não conseguem chegar a aldeia.
Na segunda-feira (8), a equipe da prefeitura que recolhe o lixo conseguiu chegar perto da aldeia, mas em função da precariedade da estrada, parte do material foi carregado até os caminhões e outra parte seguiu acumulada na região. O maior problema ocorre próximo da Escola Estadual Indígena de Ensino Medio Karai Arandu onde, há quase dois meses, o lixo segue transbordando das lixeiras. Cerca de 160 crianças estudam na escola
A comunidade da etnia Mbya Guarani, formada por 250 pessoas que vivem na aldeia, também é afetada pelo atraso da coleta do lixo.
— Tem lixo acumulado de muito tempo. Esse ano, o caminhão não entrou ainda. Em dias de sol, calor, o cheiro é bem complicado — diz a professora da escola, Luana Bitencourt Gomes Ogliari.
O diretor da instituição, Marco Sozo, afirma que entrou em contato com a prefeitura pedindo providências. Segundo ele, a prefeitura diz que será enviado alguém, mas o problema até agora não foi solucionado.
— O lixo reciclável, de vez em quando, eu coloco no meu carro, que é uma caminhonte e levo no Ecoponto. Agora, o lixo orgânico está acumulando — declara o diretor, que afirma ainda que entregas de gás e até de alimentos são prejudicadas pela má condição da via.
A estrada que apresenta problemas liga a Estrada do CantaGalo até o centro da aldeia em um trecho de um quilômetro e meio.
Procurada, a prefeitura de Viamão disse que está com uma equipe na aldeia indígena na manhã desta terça-feira (9) e que a estrada está sendo reparada. A previsão é que amanhã, quarta-feira (10), a coleta volte a ocorrer novamente. Conforme a comunidade escolar da região, o Ministério Público Federal também esteve no local fazendo imagens e deve cobrar providências do Executivo municipal.