O Rio Grande do Sul estará representado no South Summit por seis startups na competição para alavancar investimentos: quatro de Porto Alegre, uma de Caxias do Sul, na Serra, e outra de Encantado, no Vale do Taquari. O evento ocorre nos dias 20, 21 e 22 de março pelo terceiro ano consecutivo no Cais Mauá, em Porto Alegre.
Serão escolhidas as vencedoras em cinco categorias: Destaque; Mais Sustentável; Mais Escalável; Mais Inovadora; e Melhor Time.
A reportagem de GZH entrevistou integrantes das empresas para saber quais são suas impressões em participar do evento voltado para o ecossistema de inovação e negócios. Confira a seguir:
Evcomx
A Evcomx Data Analytics possui sede em Encantado, no Vale do Taquari. Foi fundada em 2006, mas se consolidou como startup em 2021. Atua com inteligência artificial nos setores de siderurgia, mineração e petroquímico.
São 24 colaboradores, dos quais seis são sócios da startup. Entre os clientes estão marcas como Gerdau, Petrobras, Brastemp, Usiminas, Anglo American, Porto Sudeste, RHI Magnesita (Áustria), entre outras.
Participar do South Summit é descrito como algo "inacreditável" pelo CEO da startup, Rodrigo Dalla Vecchia.
— Já participamos outras vezes do evento, mas não esperávamos uma repercussão imediata tão forte. Isso nos evidencia para o Brasil inteiro e para o mundo — orgulha-se.
Prediza
A Prediza Information Technology foi criada em 2018, conta com 10 colaboradores e tem sede física em Caxias do Sul. O setor de atuação é a agricultura de extensão, na linha de grãos e da pecuária.
Na operação no campo, a empresa trabalha com uma ferramenta de predição de dados. Assim, consegue antecipar informações e fatores que podem acontecer no agronegócio.
— Na questão ambiental, reduzimos a forma como o agronegócio pode impactar o ambiente e conseguimos prever o momento ideal de irrigação, de se aplicar fertilizante, pesticida ou herbicida e trabalhar a redução de aplicação de produto — assegura o CEO do sócio investidor da Prediza, Camilo Ramos da Silva.
A exemplo dos demais colegas das outras startups, o CEO também ressalta as dificuldades do processo seletivo e comemora o que já percebe na rotina da empresa desde o anúncio das 50 selecionadas.
— A gente já começa a receber acessos de outras empresas que souberam que estamos na final do South Summit e querem conhecer um pouco mais de nossa solução — relata Camilo.
Ostera
Incubada dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre, e também com outra base na unidade de Campo Bom da Universidade Feevale, a Ostera foi fundada em 2020. A startup possui seis colaboradores contando os sócios. Atua no setor da biotecnologia.
— A gente trabalha com reprodução assistida, com fertilização in vitro e congelamento de óvulos. Temos uma tecnologia que é acessória a essa técnica. Desenvolvemos uma tecnologia que ajuda a melhorar as taxas de sucesso desses tratamentos — detalha a diretora executiva Lucia von Mengden Meirelles.
Os clientes da Ostera são as pessoas que buscam a reprodução assistida e as próprias clínicas deste ramo. O principal é a Clínica ProSer, da Capital.
Indagada sobre a importância de estar no South Summit, a diretora executiva observa que o palco da batalha das startups representa uma grande vitrine:
— Para nós, é uma chance para divulgar o nosso trabalho. Temos um nicho muito específico. Às vezes, é difícil que as pessoas saibam que a Ostera e a técnica inovadora que desenvolvemos existem.
AlterVision
Com sede na Capital, a AlterVision começou em 2020 no Centro de Empreendimentos em Informática (CEI) da UFRGS, situado no Campus do Vale. Atualmente possui escritório no bairro Santa Cecília. A startup trabalha no desenvolvimento de softwares e conta com nove colaboradores.
— Utilizamos câmeras de segurança convencionais para extrair dados sobre o comportamento do consumidor — diz o sócio-fundador Julio Milani de Lucena, citando que o produto é direcionado ao varejo.
Entre os clientes estão lojas de moda, de calçados, de material de construção e os shoppings. Marcas como Cassol, Bazar Casa Maria, lojas Paludo e Aldo, mais os shoppings Total e João Pessoa.
A proposta da empresa é levar um case de inteligência artificial desenvolvido no RS que resolve problemas reais, inclusive de parceiros pequenos. A oportunidade de participar do South Summit é destacada pelo sócio:
— É um reconhecimento e uma competição bem difícil. Esperamos conseguir novos parceiros e fortalecer a nossa marca.
Masima
Aberta no ano passado, a Masima: Macunaíma Soluções em Imagens Médicas Ltda tem sede em Porto Alegre, mas não está incubada em um local específico na cidade. Com 11 colaboradores, atua no setor de neuroimagem, em radiologia e neurorradiologia.
Trata-se da primeira healthtech brasileira (startup de base tecnológica que atua na área da saúde) de neuroimagem quantitativa, criada com o objetivo de viabilizar o acesso à medicina de precisão e de excelência na clínica nacional. Além do cliente (Alphasonic/Grupo SRA/G.O. laudos e diagnósticos médicos Ltda), tem como parceiros a Caputo Advogados, a ConnectBe e a Diagnext.com.
A Masima se inscreveu no evento sem maiores pretensões. O resultado causou surpresa entre os integrantes da equipe, justamente pela pouca experiência e tempo de atividade.
— Fizemos tudo sozinhos, sem estarmos incubados e sem auxílio de mentores. Esperamos conseguir nos conectar com bastante pessoas, médicos, aumentar o número de clientes e obter dicas de como melhorar nosso modelo de negócio, soluções e vendas — diz a CEO Laura Willers de Souza.
Zuna
Desde 2018 em atividade na Capital e com 14 colaboradores, a Zuna está incubada pela WOW Aceleradora.
A zona de atuação é híbrida, porque a startup funciona como uma plataforma de gestão de estágio (recursos humanos) e também tem foco na educação.
— Vendemos a proposta do estágio 5.0, que seria usar o máximo de tecnologia possível para facilitar a vida do jovem estudante. Focamos em desburocratizar o estágio e gerar impacto social — esclarece o CEO Everton Mendes.
Entre os clientes da Zuna estão 1,5 mil empresas que usam a plataforma da startup diariamente. Predominantemente são oriundas da área da tecnologia. Uma das empresas atendidas é a Gerdau.
Em relação ao evento na Capital, Everton diz que o entusiasmo tomou conta da equipe por dois motivos – pelo South Summit ocorrer na cidade e pelas dificuldades para se classificar entre as 50 finalistas.
— Quando eu falo para o mundo que não faz parte do meu dia a dia e do meu negócio de estágios, e este mundo entende a nossa relevância, isso é fantástico — afirma.