Rodrigo Rufino, 43 anos, recebeu alta do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, na tarde desta sexta-feira (23). Ele é sobrevivente da explosão que houve em um condomínio do bairro Rubem Berta, na Zona Norte, em 4 de janeiro deste ano.
O confeiteiro teve 60% do corpo queimado e ficou 27 dias em coma induzido na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital. O companheiro dele, Tiago Lemos, 38 anos, morreu na explosão.
Os dois moravam juntos em um apartamento do condomínio havia três dias quando ocorreu a explosão. Outras oito pessoas ficaram feridas.
Um laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) atestou que um vazamento de gás causou a explosão. A origem seria um fogão do tipo cooktop de um dos apartamentos.
O resultado do laudo não foi divulgado oficialmente, mas a RBS TV apurou que uma das bocas do fogão ficou com a válvula aberta, o que provocou o vazamento. A explosão teria sido causada quando alguém apertou um interruptor de luz.
Além do prédio atingido, outros três foram interditados devido a riscos estruturais. Os condôminos tentaram voltar para suas casas, apesar da interdição, mas, após mediação com a Defensoria Pública, imobiliária e construtora, concordaram em ir para imóveis alugadas.
De acordo com a Defesa Civil, uma proteção foi instalada no local para evitar que alguém acesse os prédios interditados. O órgão divulgou que acompanha a retirada de pertences dos moradores dos prédios interditados em datas combinadas com o síndico do local.
A construtora responsável pelo condomínio divulgou, em nota, que tem prestado apoio aos moradores.
Já a Polícia Civil disse que a investigação do caso segue em andamento, sem prazo para conclusão. Documentos estão pendentes e testemunhas são ouvidas.
Confira a nota da construtora Tenda:
"A Construtora esclarece que tem trabalhado com diversas instituições em um esforço conjunto para contribuir com as consequências do incidente ocorrido em uma das unidades do local.
Além da construtora, fazem parte da força-tarefa o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Caixa Econômica Federal, a Defesa Civil, a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária, a Defensoria Pública da União e a Fundação de Assistência Social e Cidadania.
Por parte da Tenda, as medidas de suporte incluem:
- Isenção de seis parcelas Tenda para os clientes dos blocos 09 e 10;
- Isenção de três parcelas Tenda para os clientes dos blocos 11 e 12;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial por seis meses para os blocos 09 e 10, sujeita à aprovação em assembleia;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial por três meses para os blocos 11 e 12, pendente de aprovação em assembleia.
- Atendimento psicossocial gratuito, em parceria com a Care Global Partners do Brasil, empresa atuante na área de saúde mental e com experiência de 24 anos no Brasil, atendendo incidentes críticos e emergências em empresas e comunidades.
A empresa enfatiza que, mesmo sem ter responsabilidade no incidente ocorrido, optou por uma abordagem empática, entendendo que cada morador deve assumir as repercussões do incidente de forma independente, mas reconhecendo que o apoio pode ser crucial neste momento desafiador".