Uma coruja-listrada (Strix hylophila) foi acolhida e está sob cuidados do MiniZoo de Canoas, na Região Metropolitana. Ela foi resgatada em Caxias do Sul, na Serra, e encaminhada para o zoológico através da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul (Sema), em outubro. A ave é a primeira da espécie a ser incorporada ao recinto.
Desde então, o animal é acompanhado por equipes veterinárias. Logo que chegou ao MiniZoo, a coruja passou por um check-up, onde foi constatada uma alteração ocular. Os médicos veterinários também notaram que o comportamento da coruja era extremamente dócil, indicando possível criação ilegal.
A ave então foi encaminhada para tratamento em uma clínica especializada em oftalmologia, onde foi verificada a necessidade de realizar a retirada do olho esquerdo.
— A coruja está se recuperando bem e será incorporada ao plantel do zoo de Canoas, pois não tem condições de retornar ao seu habitat — comentou a médica veterinária do MiniZoo Carolina Depelegrin sobre o estado de saúde do animal.
A apresentação ao público ainda não tem data definida, uma vez que a coruja está em processo de recuperação e aprendendo a se alimentar de forma independente. Quando apresentada, ela se juntará a outras duas corujas de espécies distintas em um recinto do zoológico.
Sobre a espécie
A coruja-listrada é uma espécie rara e pouco estudada, geralmente medindo entre 32 a 37cm (macho) e 33 a 38cm (fêmea). Restrita à Mata Atlântica, sua dieta é composta principalmente por insetos, artrópodes, ratos, ratazanas, marsupiais e morcegos. A distribuição da espécie abrange do sudeste ao sul do Brasil, além de regiões de Goiás, Paraguai e nordeste da Argentina.
O MiniZoo
O Zoológico Municipal de Canoas, vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, realiza o serviço de reabilitação e devolução de animais para a natureza. Em alguns casos, quando os bichinhos não têm condições de retornar ao habitat natural, eles passam a ser cuidados permanentemente pela equipe técnica do MiniZoo, recebendo manejo e alimentação adequada. Somente neste ano, o zoológico já recebeu mais de 1,4 mil animais.
— Todos os animais que estão conosco infelizmente não puderam voltar para natureza por alguma situação - perderam algum membro, viviam em cativeiro ilegal, alguns não podem voar porque levaram tiro de chumbinho. São situações assim. A gente também trabalha com educação ambiental e com a parte que eu acho a maior de todas, que é a reabilitação. São animais órfãos, machucados, atropelados, que passaram por conflito com humanos, que pegamos e fazemos tratamento e reabilitação para ser devolvidos à natureza — contextualiza a veterinária Isadora Luzza Favreto.
*Produção: Júlia Ozorio