Passageiros que dependem da linha T11 para se deslocar no início da manhã têm enfrentado um dos problemas mais comuns no transporte público: a superlotação. Usuários relatam que os ônibus chegam lotados nas paradas, e que para conseguir viajar precisam ficar espremidos, aglomerados.
Uma das maiores linhas da Capital, a T11 cruza a cidade de norte a sul, ligando o aeroporto Salgado Filho à Rua Denize Crespo Gay da Fonseca, no bairro Espírito Santo. Em razão do longo trajeto, há um elevado fluxo de passageiros que utilizam a rota, principalmente nos horários de pico. Com viagens a cada 10 minutos e ônibus não articulados, a ocupação acima da capacidade acaba se tornando um problema diário.
O militar do Exército Caio Zimmer, 19 anos, utiliza a linha diariamente, e notou que o problema se intensificou nas últimas semanas.
— Não sei se teve diminuição da oferta ou se aconteceu outra coisa, mas tá muito lotado, o pessoal não consegue entrar direito, o motorista passa as paradas de vez em quando. Tem vezes que não consegue nem subir, no ônibus tem que esperar. Para mim impacta bastante porque eu geralmente ando com mochila. Junto com um monte de gente, fica muito complicado se locomover dentro do ônibus — desabafa.
GZH viveu a experiência de um usuário na manhã desta quarta-feira (1º). A parada escolhida foi a da igreja São Jorge, no viaduto da Avenida Bento Gonçalves com a Terceira Perimetral. O ponto é considerado o meio do caminho, e é onde os veículos costumam estar mais lotados. Por pelo menos três vezes, os motoristas decidiram não parar por não haver mais espaço.
Quando as portas se abrem, um grupo de pessoas se junta para tentar subir. Como, dentro do ônibus, não há mais espaço, o processo de embarque demora. No interior do coletivo, as pessoas vão se espremendo, esbarrando umas nas outras. O embarque demorou cerca de três minutos até o condutor dar a partida. Nas paradas seguintes os passageiros começaram a descer, e apenas na metade do trajeto foi possível acessar a catraca. Ao chegar no fim da linha, no aeroporto, restavam poucas pessoas dentro do veículo.
Um levantamento feito no início do ano, a pedido de GZH, aponta que a T11 foi a terceira linha da Capital com maior número de reclamações por usuário em 2022. Foi uma queixa registrada pelo município a cada 6.625 passageiros. Foi solicitado um levantamento atualizado, contabilizando os meses deste ano.
Em nota, a EPTC afirmou que a Carris irá aumentar a oferta de viagens da linha nos horários de pico. Em relação a baixa quantidade de ônibus articulados, a empresa disse que muitos veículos estão passando por manutenção, e são aguardadas peças devido ao atraso de fornecedores.
Veja a nota na íntegra:
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informa que monitora a demanda de passageiros para fazer ajustes no sistema de transporte e que a empresa Carris vai reforçar os atendimentos na linha T11 nos horários de pico para melhor atender a população. Quanto a ausência dos ônibus articulados para o atendimento da linha, de acordo com a Carris alguns carros passam por manutenção e aguardam peças devido ao atraso de fornecedores. A Carris está em contato com as empresas para viabilizar o conserto o mais rápido possível e colocar esses veículos na rua à disposição da população.
Quando o cidadão identificar a necessidade de reforço na oferta de viagens do transporte público de circulação, é importante que faça o registro através das plataformas da Central de Atendimento ao Cidadão 156, que recebe e encaminha as solicitações da população referentes aos serviços públicos prestados pelos órgãos municipais. O atendimento via aplicativo 156+POA, pelo 156whatsapp (51 3433-0156) e pelo e-mail 156poa@portoalegre.rs.gov.br funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, mesmo em feriados.