Em assembleia na tarde desta segunda-feira (2), funcionários da Carris decidiram manter a paralisação contra a privatização da empresa até o fim do dia. As atividades serão retomadas dentro da normalidade na terça-feira (3). A categoria fica em "estado de greve", no entanto, por tempo indeterminado.
Em mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4), o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre e a Carris firmaram acordo para suspender o movimento. O acordo inclui o pagamento do dia de paralisação e repouso remunerado aos trabalhadores. Com o acordo firmado, as atividades retornam ao normal a partir da 0h01 desta terça.
Em entrevista ao Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, o prefeito Sebastião Melo alegou que o sindicato não cumpriu o acordo de manutenção de, no mínimo, 60% da frota em circulação, definida em mediação anterior. Desde as 15h, empresas privadas atendem as linhas 343, T2 e T3, para garantir o funcionamento.
Em resposta, o sindicato alegou que alguns dos ônibus foram "escondidos" pela Carris, em vários pontos da cidade, impossibilitando a contagem dos carros.
A Carris, por sua vez, alegou que parte da frota saiu de outros pontos da cidade para garantir o atendimento à população e não foi escondida. A empresa disse que deslocou 30 carros para o Porto Seco e que 114 saíram para às ruas. O acordo para manutenção de 60% da frota em circulação previa 132 ônibus em atividade. Onze das 21 linhas operadas pela Carris não circulam nesta segunda.
Em leilão realizado na tarde desta segunda, a companhia foi arrematada pela empresa de transportes Viamão, com proposta de R$ 109,9 milhões. A concessão, por 20 anos, ainda depende da análise de documentação, publicações em diário oficial e esgotamento de prazos para recurso.