A régua que marca o nível do Guaíba no terminal do Catamarã, no município de Guaíba, estava em 2m46cm na manhã desta segunda-feira (25) — tendo chegado a 2m50cm durante a madrugada. Quando a medição está acima dos 2m, algumas áreas da cidade já começam a ser invadidas, como a região do Ipê.
No começo da manhã, as avenidas Beira-Rio e João Pessoa registravam pontos de alagamento, com desvios no trânsito. Também há problemas em vias como Amaral Ferrador, Marcílio Dias, Rua Três e Rua da Antena, além das ruas 2, 4 e 16, na Vila Primavera.
A Defesa Civil municipal contabiliza cerca de 40 residências afetadas, mas, por enquanto, somente três pessoas estão desabrigadas. Elas foram encaminhadas a uma casa de passagem da prefeitura.
A água agitada no começo da manhã desta segunda-feira também alagou boa parte da orla da cidade. O vento sul colabora para esse avanço.
Até as 9h, nenhum horário do Catamarã havia sido afetado. Mesmo assim, o nível do Guaíba no atracadouro chegava a atingir o limite e balançava a plataforma de embarque.
O pescador Ivan Carlos Nunes, 58, mora há 27 anos na Rua Amaral Ferrador, no bairro Passo Fundo, e garante que essa cheia é rara.
— Só me lembro da enchente de 2015. A única que foi maior do que essa, encheu até mais. Mas fora essa, nunca tinha visto chegar até esse ponto. Vi apenas duas vezes: naquela e agora — afirma.
Perto dali, na mesma rua, mas na margem do Guaíba, vive o motorista de aplicativo Jonas Rodrigues, 44. Com a cheia, a água invadiu o pátio da casa dele. A preocupação, agora, é com o carro.
— Coloquei ele em cima de tijolos, pra levantar. Estou com medo que a água chegue até ali. É a ferramenta do meu trabalho, né? É torcer para parar essa chuva — relata.
