Pessoas de todas as idades decidiram aproveitar o dia quente e ensolarado para visitar o Mercado Público de Porto Alegre neste que foi o primeiro domingo (6) com bancas abertas. Os bares e restaurantes já tinham autorização para atender durante todo o final de semana desde maio de 2021, mas o intenso movimento de quem foi almoçar ou fazer compras no local surpreendeu os comerciantes que optaram por aderir esta mudança no horário de funcionamento. A medida também foi aprovada pelos frequentadores, que sinalizam apenas a necessidade de maior organização, a fim de evitar a demora no atendimento.
De acordo com a Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap), 40 bancas funcionaram neste domingo, das 10h às 16h - a abertura é facultativa a cada um dos 106 permissionários do centro comercial. A pasta acredita que dezenas de milhares de pessoas passaram pelo local e pela feira de carros antigos no Largo Glênio Peres, superando a expectativa inicial.
— Foi quase um movimento de dia de semana. O pico foi das 11h até umas 13h30min, estava lotado, não tinha mesa e cadeira para todo mundo. Superou todas as expectativas iniciais, pensamos em ter umas 15 bancas abertas e chegamos a 40. Os permissionários que não abriram e vieram, viram que o movimento foi bom e já estão se organizando para abrir nos próximos domingos. Estamos muito felizes com o resultado — comenta o secretário municipal de Administração e Patrimônio, André Barbosa.
Barbosa destaca que a medida será avaliada no decorrer das semanas e que será preciso fazer um cronograma para definir alguns ajustes e programar os eventos culturais que serão feitos no local. Conforme o secretário, há diversas melhorias necessárias para que o mercado fique o mais atrativo possível ao público - um dos exemplos citados é a quantidade adequada de funcionários para agilizar o atendimento.
Por volta das 14h, havia fila no entorno de alguns estabelecimentos, como a banca 40. Quase todas as mesas dos tradicionais restaurantes Naval e Gambrinus, no térreo do Mercado, estavam ocupadas, assim como aquelas que ficam no segundo andar. Uma das pessoas que aguardava na fila da banca 40 era o comerciante Telbio Sessim, 65 anos, que estava acompanhado da esposa. O casal foi até o mercado para almoçar e também precisou aguardar por uma hora.
— Acho que a ideia é boa, mas o pessoal tem que estar preparado para receber as pessoas. Sempre visitamos o mercado, mas não tanto aos finais de semana. Sou frequentador da banca do Holandês e da banca 43, porque a qualidade dos frios, dos queijos, aqui do mercado é diferenciada — afirma Sessim.
Já Marcelo Lopes Pires, 56 anos, costuma almoçar nos restaurantes do mercado quase todos os finais de semana - alguns, frequenta há mais de uma década. Bacalhau e doce de laranja são os itens que mais compra nas bancas do local. O metalúrgico afirma que gostou da medida e que todos os estabelecimentos deveriam abrir, mas também opina que precisa ser mais organizado, com mais funcionários para atender.
Tatiane Silva, 42 anos, soube que o mercado estaria aberto e decidiu ir até lá para almoçar com a filha e a irmã. A corretora de imóveis conta que costumam passear bastante pelo local e que gostam das bancas de temperos e do café:
— Normalmente, viemos até as bancas para ver frutas, temperos, o café, tudo. Adoramos o Mercado Público!
Movimento foi celebrado pelos lojistas
Sócio proprietário da banca 10, que vende frutas e verduras, Celso Rossatto, 58 anos, garante que deve manter a abertura aos domingos se o movimento seguir intenso. Nesta tarde, três funcionários trabalhavam no local - com a mudança, eles precisam receber extra, além de mais folgas. Caso mantenha a abertura, já prevê a contratação de colaboradores que possam cobrir o turno.
— Mais cedo, pela manhã, surpreendeu. Agora, deu uma acalmada, mas está bom. Melhor do que uma segunda-feira ou um dia chuvoso — diz Rossatto.
Daniel Souza, 49 anos, funcionário da banca do Holandês, acredita que o movimento foi maior porque algumas bancas ficaram fechadas, mas ressalta que a ideia é nova e que quem define a abertura é o público:
— Se o público quiser, estaremos aqui. Fico feliz de ver o público, mas vamos ver como será no futuro. Abrir no domingo tem seus desafios e dificuldades, por exemplo, não tem ônibus de manhã. Mas os clientes vieram em peso, olha que lindo está, cheio. Conseguimos vender bem e acho que todas deveriam abrir.
A presidente da Associação do Comércio do Mercado Público, Adriana Kauer, comenta que, a primeira impressão é que a medida foi muito boa para os restaurantes e que todos tiveram uma grande adesão. No entanto, nas bancas, a procura foi um pouco menor.
— A população gostou da ideia. Nosso foco é o consumidor, se tiver aberto e com clientes, é sucesso. Caso contrário, a experiência não é válida. Por isso, vamos conversar com a prefeitura para avaliar como vamos manter isso, estudar como vai ser nos próximos domingos. Mas, no geral, o saldo foi positivo — diz.