As prefeituras da Região Metropolitana monitoram problemas ocasionados pela paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo, que entraram em greve na quinta-feira (29). A greve atinge ônibus intermunicipais de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão. A mobilização dos rodoviários segue na próxima semana. Na quinta-feira, a audiência de mediação entre sindicato, empregadores e Ministério Público do Trabalho terminou sem acordo. Novo encontro está marcado para quinta (6).
A Metroplan informa que as linhas operam neste sábado e domingo com a tabela normal do fim de semana. A Justiça determinou que a operação deve funcionar com 50% dos ônibus nos horários de pico (das 5h30min às 9h e das 16h30min às 19h) e 30% no restante do dia. O sindicato informou que vai cumprir a determinação.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana (Sindimetropolitano) divulgou, ainda na quinta-feira, que seriam atingidos pela paralisação os usuários das linhas urbanas que circulam entre as cidades das empresas Soul, Sogil, Transcal, Consórcio de Transportes Nova Santa Rita e Empresa de Transportes Coletivos Viamão.
A prefeitura de Cachoeirinha diz que, "no sistema urbano, não há greve e a operação está normal." Por nota, relata que a "empresa urbana reforçou o atendimento dos bairros para que a população consiga chegar na Avenida Flores da Cunha, onde tem mais opções de deslocamentos metropolitanos. A greve é apenas no sistema metropolitano que é gerenciado pela Metroplan e não pelos municípios".
A prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade, entrou em contato com a empresa Sogal, que opera a linha municipal. "Hoje, há linhas de ônibus municipais que atendem em todas as estações da Trensurb da cidade. Por isso, a prefeitura vem trabalhando junto com a Sogal para que seja intensificado o serviço nos horários de maior fluxo. Desta forma, os usuários podem utilizar o serviço da Trensurb para se deslocarem para Porto Alegre ou cidades do Vale dos Sinos", diz a prefeitura, em nota.
A prefeitura de Gravataí se manifestou dizendo que monitora a cidade: "Estamos atentos e ativos na resolução junto ao Governo do Estado, uma vez que o serviço é essencial para a nossa população e para todos da região metropolitana".
Em Viamão, o município informou que ainda não tem um posicionamento oficial sobre o tema. Mas o prefeito Nilton Magalhães está dialogando com a empresa de ônibus e com outros interlocutores para ver como ficará o contexto na segunda-feira (3).
A direção do Sindimetropolitano disse que o motivo da greve é a falta de acordo sobre o índice da reposição salarial. A categoria não aceita as ofertas da entidade patronal e que a taxa de ajuste seja condicionada a possível reajuste de tarifa. O novo valor da passagem não tem data definida para ser anunciado e aguarda análises do governo do RS.
O secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana de Alvorada, Sérgio Coutinho, também avalia como está o cenário na cidade.
— A Empresa Soul está operando com 50% das linhas nos horários de pico das 5h30min às 9h, e das 16h30min às 19h. Fora desses horários está operando com 30%. Os ônibus urbanos municipais estão operando normalmente — compartilha.
A reportagem entrou em contato, ainda, com a prefeitura de Nova Santa Rita, que também se manifestou por nota: "A Prefeitura de Nova Santa Rita acompanha de perto a situação envolvendo uma possível paralisação dos rodoviários que fazem o transporte intermunicipal. Por enquanto, não há nenhuma informação oficial por parte da Metroplan sobre paralisações maiores. Por ora, a empresa STI atende o município em horário reduzido".
O prefeito de Glorinha, Paulo José Silveira Corrêa, afirmou, neste sábado (1°), que não há paralisação no município.
— Não tivemos problemas aqui em Glorinha. O transporte escolar é terceirizado, enquanto a Sogil não paralisou — relata.
O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Rio Grande do Sul (Setergs) divulgou nota sobre a proposta apresentada — de 3% em agosto e mais 6% quando houver reajuste da tarifa. Em trecho da manifestação, afirmou que "a defasagem tarifária já atinge aproximadamente 34%".