O Largo Melvin Jones teve, no início da tarde desta segunda-feira (17), a vistoria final realizada pelo prefeito Sebastião Melo, secretários e técnicos responsáveis pela revitalização do espaço. Agora, a área localizada na esquina das avenidas Plínio Brasil Milano e Augusto Meyer, bairro Higienópolis, será usada como um espaço de eventos e lazer pela população. A construtora Cyrela, por meio de doação, financiou a obra, além de adotar o espaço e a Praça Alberto Ramos, localizada ao lado.
— Aqui era um local que antes estava cheio de sujeira e agora viverá outra realidade com food trucks, towner de cachorro-quente, música e muita vida urbana. Agradecemos aos parceiros por nos ajudarem a construir uma cidade melhor — avalia Melo.
Cercada pelas avenidas Plínio Brasil Milano e Augusto Meyer, a área de cerca de 2 mil metros quadrados, antes ociosa, passou por um processo de revitalização, fiscalizada por técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
O espaço também recebeu novo gramado, cuidados com a arborização e nova iluminação, garantindo mais segurança para os frequentadores.
— Esse espaço emblemático e conhecido pelos porto-alegrenses merecia um novo uso, com um projeto de qualificação garantindo o melhor aproveitamento dessa área pública, gerando maior qualidade de vida e qualificação da paisagem urbana — afirma o titular da Smamus, Germano Bremm.
Por meio da Secretaria Municipal de Parcerias (SMP), a construtora Cyrela ficará responsável pelo Largo e pela praça Alberto Ramos durante dois anos, garantindo a manutenção dos equipamentos e corte de grama e limpeza. O prazo pode ser prorrogado. Toda a revitalização foi financiada pela empresa.
— É um importante ganho para a cidade firmarmos mais essa parceria com a iniciativa privada, trazendo uma área totalmente revitalizada sem custos aos cofres públicos — afirma o diretor de parcerias da prefeitura de Porto Alegre, Pedro Meneguzzi.
Prefeitura quer viaduto no local
A região é identificada como Largo Melvin Jones. Nela uma revenda de veículos funcionou até 2018, até ser retirada do terreno por uma decisão judicial. Desde então, apenas escombros do imóvel restaram no local, que servia de estacionamento improvisado.
A prefeitura tinha um projeto de construção de um viaduto e uma passagem de nível no imóvel. Uma empresa chegou a ser contratada e a obra deveria ter começado em 2013, mas isso nunca ocorreu.
Em novembro de 2020, a Caixa anunciou que o financiamento de R$ 31 milhões não estava mais disponível para a prefeitura. Apesar da adoção recente, a administração municipal não desistiu da construção, mas terá que buscar nova fonte de recursos.
— Continua nos planos. A área estava se tornando deteriorada. A Cyrella adotou e está implantando as melhorias. Mas é temporário — promete a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini.
Borracharia resiste
Um dos motivos para os trabalhos nunca terem iniciado foi a demora para liberar a área que receberia as obras. Dos três terrenos que precisavam ser desocupados, a prefeitura teve êxito em duas ocasiões. Mesmo com decisão de janeiro de 2018, que mandou o dono de uma borracharia desocupar o local, até hoje não houve a reintegração de posse. O estabelecimento fica localizado do outro lado da avenida onde funcionava a revenda.
As discussões judiciais sobre o terreno se iniciaram em 2008, antes mesmo da obra ser planejada. O proprietário da borracharia queria ser indenizado, mas a prefeitura conseguiu provar que o comerciante não tem direito a receber qualquer quantia, já que a área é municipal.