Com o resultado já comprovado de eventos como o South Summit e a crescente estrutura na orla do Guaíba e Cais Embarcadero, além da rede hospitalar, o horizonte do turismo em Porto Alegre já está sendo desenhado. O assunto foi tema do MenuPOA, reunião-almoço da Associação Comercial de Porto Alegre nesta terça-feira (23).
No encontro, que teve como painelistas a chefe de operações da Fraport, Sabine Trenk, o gerente comercial da Azul Linhas Aéreas, Ronaldo da Silva Veras, e a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre, Júlia Evangelista Tavares, foi destacado o potencial turístico e a versatilidade da Capital para atrair pessoas para fazer tratamentos de saúde ou participar de eventos dos mais variados segmentos.
— Estamos alinhados, em várias frentes, no caminho da formação de um grande grupo que trabalhe pela captação de eventos nacionais e internacionais — comentou Júlia. — Porto Alegre está em uma crescente em relação ao turismo — frisa.
O representante da Azul ressaltou a confiança que a companhia tem no RS e em Porto Alegre:
— Eu nunca tinha visto uma atitude igual em nenhuma outra cidade. Temos a estrutura da Azul como parceira destas iniciativas, acreditando no potencial da região, principalmente pelos benefícios que encontramos aqui (no RS) com o plano de aviação do Estado — elogia Veras.
Empresários e representantes da categoria se reuniram no Palácio do Comércio, no Centro Histórico, para ouvir as tendências e avaliações feitas pelos painelistas.
O diretor da Azul, empresa que atende 12 cidades gaúchas e tem duas rotas internacionais na Capital, mencionou soluções como expor elementos turísticos do Estado e da Capital adesivando suas aeronaves que circulam pelo Brasil, como já acontece com outros destinos nacionais. A ideia vai ao encontro do objetivo da prefeitura, que aposta na permanência de turistas que conhecem a serra gaúcha depois de voar para Porto Alegre.
— Nosso desafio agora é vender a cidade como um destino de parada para todo o Brasil. Não precisamos apresentar a cidade, pois todos que vêm para a Serra passam por aqui. Precisamos mostrar o potencial turístico da Capital para que fiquem alguns dias aqui — acredita a secretária Júlia.
Já a Fraport afirma que o primeiro semestre de 2023 ainda tem uma defasagem nos números de voos e circulação de passageiros pelo terminal em relação a 2019. A pandemia, que diminuiu o volume de viagens da Azul de mil voos diários para 40, por exemplo, ainda tem seus reflexos perceptíveis nos saguões de todo país, lembra Sabine.
— O setor precisa enxergar o que há em Porto Alegre. Temos uma crescente no tráfego doméstico, ainda que o internacional siga abaixo do patamar anterior da pandemia. O turismo de lazer interno vem aumentando, pois o viajante brasileiro quis compensar o tempo que ficou sem fazer turismo — comenta, projetando uma melhora nos números para o segundo semestre de 2023: — Ainda estamos em um caminho para elevar os números, mas acreditamos que igualamos o patamar pré-pandemia ainda este ano.
Sobre a perspectiva de novas rotas e ampliação de voos, Sabine menciona Santiago, no Chile, Lima, no Peru – onde o aeroporto também é administrado pela Fraport – e as vizinhas mais próximas, a uruguaia Montevidéu e a argentina Buenos Aires.
— Iniciar ou ampliar uma rota é um esforço para a companhia. Estamos sempre atentos para encontrar formas de promover Porto Alegre neste sentido para aumentar o tráfego local e internacional — pondera a representante da empresa gestora do Aeroporto Internacional Salgado Filho.