A prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado trabalham em conjunto para a divulgação de um projeto que buscará uma Parceria Público Privada (PPP) para construção de um centro de eventos no trecho 2 da orla do Guaíba, onde atualmente existe o Anfiteatro Pôr do Sol.
Na próxima sexta-feira (5), o secretário estadual de Turismo, Vilson Covatti, deve se reunir com o governador Eduardo Leite para apresentar o Plano de Manifestação de Interesse (PMI) elaborado pela prefeitura. Se aprovado, será levado a público.
— Eu e o Ricardo (Gomes, vice-prefeito) já aprovamos um PMI sobre o centro de eventos no trecho 2. Vou mostrar para o governador, pedir uma parceria, antes de apresentar ao público — disse o prefeito Sebastião Melo a GZH, no evento de inauguração do Pontal Shopping, na quarta-feira (26).
De acordo com Covatti, a pauta do encontro com Leite deve ser a análise do plano da prefeitura e de outras alternativas. O secretário ressalta que a condução do projeto será feita pelo Executivo municipal, mas que o governo estadual tem interesse — e até certa pressa — em ver o centro de eventos sair do papel.
— Na reunião com o governador, vou mostrar os planos que a Setur analisou, incluindo este da prefeitura. A proposta da Orla é a que parece mais perfeita neste momento, ainda que ela tenha um prazo mais longo do que outras para ser construída. Nosso objetivo é iniciar a construção do centro de eventos ainda no ano que vem — projeta Covatti. — A região é ótima, vimos eventos como o South Summit, no Cais, sendo um sucesso absoluto. Estamos enfrentando dificuldades para trazer outros grandes eventos para Porto Alegre sem este centro de eventos — complementa.
O PMI é norteado pelo decreto federal Nº 8.428, de 2 de abril de 2015. Em resumo, o texto estabelece as normas pelas quais entes públicos e privados devem iniciar um diálogo visando investimento nos moldes de PPP. Para isso, é preciso que o PMI seja publicizado e que as empresas interessadas procurem a prefeitura oferecendo soluções para a demanda estabelecida pelo Executivo municipal.
— Queremos mostrar (ao governador) o conceito (do PMI), para depois recebermos as críticas e as contribuições em consultas públicas — respondeu o prefeito.
Não é a primeira vez que a prefeitura enxerga o potencial geográfico do trecho 2 da Orla como uma solução para a demanda de um centro de eventos na cidade. Em 2022, quando a secretária de Parcerias, Ana Pellini falou a GZH sobre as possibilidades para o local, já eram ventiladas alternativas que envolviam também marina pública, museu, aquário e farol. No entanto, a pasta projetava escolher qual seria a estrutura possível para o local ao longo do primeiro semestre de 2023. Procurada pela reportagem entre quarta (26) e sexta-feira (28), a secretária Ana Pellini preferiu não comentar a declaração do prefeito, nem revelar o andamento deste processo.
O envolvimento do governo do Estado também não é novidade, ainda que a área do trecho 2 da Orla seja de propriedade do município. A Secretaria Estadual de Turismo espera que Porto Alegre invista na construção de um Centro de Eventos para fomentar o chamado “turismo de negócios” na Capital. Outra localização pretendida pelo Executivo gaúcho é um terreno que está ao lado do Gigantinho, anexo ao Estádio Beira-Rio, na outra extremidade do bairro Praia de Belas. Aquela área também é da prefeitura, mas está nos planos leiloá-la ainda em 2023 e reverter o lucro para o fundo municipal de manutenção patrimonial.
— Vamos debater todas as alternativas, pois a do trecho 2 é a mais completa no momento e atenderia a Capital por muitos anos, mas isso não impede que outros locais também possam receber o centro de eventos se a construção for mais rápida e com menor investimento — pontua o secretário estadual, ressaltando que a escolha final será da prefeitura.
A presidente executiva do Convention & Visitors Bureau de Porto Alegre, Adriane Hilbig celebra o avanço do projeto que visa trazer investimentos ao trecho dois da Orla do Guaíba. A entidade reúne empresários do setor turístico e hoteleiro da Capital, e organiza movimentos de atração de eventos para a cidade. Assim, ela espera que o futuro Centro de Eventos tenha a capacidade de realizar grandes eventos nacionais e internacionais sobre diversos assuntos em uma região centralizada.
— O maior atualmente é a Fiergs, que é um centro maravilhoso, mas é mais afastado. Se for feito algo do porte da Fiergs, mais moderno e estruturado, na beira do rio, cria um apelo muito maior pela proximidade. É importante ressaltar, no entanto, que cada local tem sua característica específica de diferentes negócios — destaca.