A segunda edição do South Summit, que se inicia nesta quarta-feira (29) em Porto Alegre, terá interesse redobrado de fundos de investimento dispostos a financiar empreendedores com boas ideias.
A quantidade de investidores cadastrados como palestrantes aumentou 37% em relação ao ano passado, quando o evento contou com 67 representantes, e chegou a 92 agora. A crescente presença de capital estrangeiro responde pela maior fatia desse crescimento.
Levando-se em conta apenas os fundos de fora do país, o número de participantes inscritos na categoria “speakers” passou de oito na primeira edição para 21 neste ano. Já os representantes nacionais avançaram de 59 para 71.
– Em termos de conexão global, conseguimos expandir bastante o volume de investidores. Com isso, temos diferentes agentes, desde anjos, aceleradoras, investidores de early stage (empresas em estágio mais inicial), late stage (em estágio mais maduro), bancos de fomento... Conseguimos trazer toda a cadeia de financiamento – afirma o head de Startups da 4all e responsável pela trilha de investimentos do South Summit, Matheus Bernardes, fazendo referência aos diferentes níveis de aporte financeiro que cada tipo de parceiro costuma oferecer.
Contar com uma grande variedade de financiadores, além da quantidade em si, é importante porque permite que startups em diferentes níveis de desenvolvimento se beneficiem. Enquanto um investidor anjo pode oferecer um cheque de R$ 50 mil para um negócio embrionário, por exemplo, investidores institucionais de peso podem superar barreiras como R$ 100 milhões ou R$ 200 milhões para iniciativas consolidadas.
A capacidade financeira de todos os fundos cadastrados para participar do evento ainda está sendo calculada pela organização. Um levantamento parcial com cerca de um quarto dos principais inscritos já chegou a um montante ao redor de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26 bilhões), mas estimativas indicam que a carteira pode ultrapassar US$ 10 bilhões (pouco mais de R$ 51 bilhões).
– Claro que nem todo esse recurso está disponível aqui, uma fatia disso já está alocada, mas uma boa parte está vindo para cá em busca de novos negócios – sustenta Bernardes.
O integrante da organização do South Summit lembra que esses dados dizem respeito apenas aos fundos que terão representantes inscritos como palestrantes. É esperado um número ainda maior de financiadores que passarão pelo Cais Mauá como participantes comuns, sem vínculo com a programação oficial do encontro.
No ano passado, a organização estimou que cerca de 450 investidores circularam pelos pavilhões na Capital, cifra que deverá superar o patamar de 500 representantes agora. Somente após o final do evento será possível calcular com maior precisão o peso desses participantes em busca de negócios promissores na cidade.
Disputa de recursos exige preparo
O presidente da Associação Gaúcha de Startups (AGS), Bruno Bastos, afirma que, em geral, empresas mais consolidadas acabam atraindo a atenção dos maiores fundos de aportes. Quando ainda estão se firmando, o mais comum é contarem com o apoio mais moderado de parceiros como os chamados angel investors (mais focados em projetos iniciais) ou aceleradoras (que procuram agilizar o crescimento de iniciativas com potencial).
Para disputar os grandes investimentos, é mais fácil se já tiver sido superada a fase de colocar o produto no mercado.
– Se o dinheiro que se busca ainda é para desenvolver o produto, a ideia da startup, ainda não é o caso de recorrer a esses fundos de maior porte – explica Bastos.
Independentemente da dimensão e do grau de desenvolvimento do negócio, o presidente da AGS afirma que é preciso seguir algumas regras básicas em eventos como o South Summit para facilitar a atração de parceiros. Elas incluem apresentar a startup de forma concisa, objetiva, com clareza do tamanho do investimento necessário e para qual finalidade específica.
– Também é preciso estar preparado para apresentar isso em outros idiomas, principalmente inglês e espanhol. Muitas vezes, o empreendedor não está totalmente preparado. Por isso, tentamos ajudar por meio de eventos da AGS – acrescenta Bastos.
Empresas de qualquer área podem receber bons investimentos, mas os gaúchos costumam ter maior tradição no desenvolvimento de startups em setores como saúde, educação, agro, Software as a Service (Saas, ou oferta de soluções de tecnologia pela internet) e varejo.
Fundos de investimento
Veja alguns dos principais financiadores que estarão presentes no South Summit deste ano, conforme a organização do evento:
- Alexia Ventures
- Atlantico
- Bossa Investimentos
- BTG
- Canary
- Caravela Capital
- Endeavor Catalyst
- General Atlantic
- Global Founders Capital
- GP Investimentos e G2D
- Headline
- Itaú
- Provence Partners
- QED investors
- rePlant Capital
- Riverwood
- Uncork Capital
- Upload
- Warburg Pincus
- Wayra capital