A falta de chuva tem prejudicado a alimentação dos 72 cavalos resgatados pela ONG Pé de Chulé, que mantém um santuário animal no bairro Belém Novo, no extremo-sul de Porto Alegre. Os equinos abrigados no local foram vítimas de maus tratos e até abandonados na Região Metropolitana, Litoral e outras cidades gaúchas. Após passarem por uma reabilitação, alguns são liberados para a adoção. Já outros, mais debilitados, ficam morando permanentemente no sítio para manter uma qualidade de vida melhor.
Com a estiagem, o pasto da propriedade rural do projeto não pode crescer o suficiente, fazendo com que a entidade tenha que comprar seis rolos de feno por semana para garantir as refeições dos animais — um verdadeiro desafio já que muitos precisam ganhar peso para combater a desnutrição diante do estado em que foram encontrados.
— A estiagem nos prejudicou muito e aumentou os nossos gastos — explica a voluntária Bárbara Koff, 43 anos.
A cuidadora mora no sítio da ONG com o marido Diego Mello, 43, que é engenheiro agrônomo. Abandonando a vida de advogada, Bárbara decidiu se dedicar exclusivamente ao trato dos cavalos.
— Eu era advogada por paixão, mas me tornei cuidadora de cavalos por amor. E o amor fica, a paixão passa. O dia a dia com eles é muito especial, porque tu vai vendo no olhar deles o quanto eles precisam de ti e o quanto são gratos por tudo o que receberam — conta ela, emocionada.
Todos os cuidados exigem um investimento mensal que beira quase os R$ 50 mil e serve para custear tratamentos médicos, ração, feno, remédios, aluguel da propriedade, caseiros, veterinária responsável, plantio de pasto para os animais e manutenção do sítio. A verba é obtida através de doações de pessoas físicas e do apadrinhamentos dos animais, formato em que o padrinho envia um valor mensal acima de R$ 150 para auxiliar nos custos do seu afilhado.
Sem desanimar com os gastos extras, o grupo cria desafios pelas redes sociais em que apoiadores podem contribuir com quantias pequenas, de R$ 2, para compra do equivalente a um quilo de feno. Quem quiser ajudar, pode apoiar a causa através do Pix (chave CNPJ 350305740001-97 ou e-mail pedechuleong@gmail.com) e pelo programa Apoia.se/ongpedechule.
Periodicamente, a ONG também recebe grupos para visitação ao santuário. A próxima visita está marcada para o próximo domingo (29). O ingresso solidário custa R$ 20 por pessoa, e o agendamento pode ser feito pelo WhatsApp (51) 99696-8064.
Para saber mais
Perfil no Instagram @grupopedechule e a página ONG Pé de Chulé no Facebook.