A causa do incêndio ocorrido no dia 12 de agosto no estacionamento do condomínio Bosques de Palermo, no bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, não pôde ser determinada em razão da destruição do veículo onde o fogo começou. A informação é da delegada responsável pela investigação, Andrea Magno, da 8ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, e consta no laudo oficial do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
— A investigação está encerrada e o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário. Não existe uma conduta com tipicidade penal — explica a delegada, confirmando que o fogo teve início na viatura discreta da Polícia Civil que se encontrava estacionada no local.
Na ocasião, o fogo atingiu 11 veículos estacionados, sendo que sete tiveram perda total.
— Aquela viatura que estava no prédio podia estar lá, tinha autorização. O policial estava convocado para uma operação e o superior dele tinha conhecimento, e autorizou ele estar com aquela viatura ali. Isso é uma questão administrativa, não é um crime — esclarece a delegada.
Foram analisadas as câmeras de segurança e a investigação não encontrou nada que indicasse ato criminoso. Dessa maneira, a conclusão das autoridades é de que o incêndio foi acidental.
Síndico do condomínio, Jorge Luis Bueno de Oliveira reclama das dificuldades em ter acesso ao laudo.
— Não conseguimos ainda o laudo oficialmente. Tentamos via delegada e depois via requerimento junto ao Ministério Público. Mas ainda não recebemos o laudo referente ao sinistro — afirma Oliveira.
O seguro do prédio, localizado na Rua Machado de Assis, não cobre os automóveis queimados pelo fogo. Porém, foi acionado para a cobertura das despesas nas áreas comuns. Em razão disso, o laudo do IGP será determinante para o seguro cobrir posteriormente os gastos.
— Estamos à espera do laudo até para tomar as medidas cabíveis. Isso é um documento necessário para a seguradora poder dizer se vai ou não cobrir os prejuízos — diz o síndico. — Estamos ansiosos e preocupados com essa demora. Isso já causa até uma indignação do pessoal do prédio por não ter acesso depois de 90 dias ao laudo — completa.
O Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) do condomínio estava em dia.
O incêndio começou por volta das 6h de 12 de agosto e foi controlado em torno das 8h do mesmo dia. O efetivo do 1º Batalhão de Bombeiros Militar atendeu a ocorrência. Uma das equipes volantes da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da Polícia Civil e a Defesa Civil de Porto Alegre também compareceram ao condomínio.
Cerca de quatro horas depois do início do fogo os moradores puderam retornar para os seus apartamentos. Uma mulher de 69 anos precisou ser conduzida ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) após inalar fumaça e passar mal, mas não houve feridos.