O Instituto-Geral de Perícias (IGP) iniciou na manhã desta sexta-feira (12) o seu trabalho na garagem do prédio onde um incêndio atingiu 11 veículos em Porto Alegre. Segundo a análise, o foco das chamas pode ter se originado a partir de uma pane ou defeito em um dos automóveis, que já foi identificado. A partir de agora, o IGP concentra os esforços para determinar se a causa foi interna ou provocada por agentes externos.
Por conta da fumaça e do cheiro de combustível, o levantamento precisou ser interrompido. Mas a previsão da equipe do Departamento de Criminalística é voltar ao local à tarde ou no sábado (13).
Os bombeiros chegaram ao prédio de duas torres de 15 andares e 109 apartamentos, na Rua Machado de Assis, no bairro Jardim Botânico, perto das 6h para começar a combater o incêndio. Além disso, alertaram moradores, muitos deles ainda dormindo àquela hora, para que saíssem dos apartamentos. Dos 11 carros atingidos pelo incêndio na garagem do condomínio Bosques de Palermo, sete deles foram considerados com perda total.
O incêndio foi controlado perto das 8h, e os residentes puderam voltar para as moradias no meio da manhã. As áreas mais próximas da garagem, que fica no térreo, ainda tinham temperatura elevada no fim da manhã.
Ninguém ficou gravemente ferido, mas uma mulher de 69 anos foi encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) após passar mal em razão da fumaça.
Os condôminos ficaram até as 10h na rua, antes de receberem autorização para voltar para casa. A jornalista Eduarda Streb, moradora do condomínio, conta que muita gente estava dormindo quando começou o fogo:
— Eu recém tinha acordado para fazer a função da escola com minha filha. No que eu acordei, ouvi um estrondo, um barulho. Achei que era algo na rua e, em seguida, ouvi a sirene.
Uma vizinha telefonou alertando que era necessário sair do prédio, conta Eduarda. Só deu tempo de vestir os calçados e deixar o prédio:
— As pessoas ficaram na rua sem saber o que estava acontecendo, depois foram sabendo que partiu de um carro, que atingiu outros.
Localizado em um andar mais baixo, o apartamento de Eduarda se encheu de fumaça. No final da manhã, muitos moradores estavam faxinando a casa para limpar a fuligem.
GZH conversou com um casal que teve dois carros destruídos pelo fogo, uma Mercedes e um Onix. Pelo ponto onde havia fumaça, eles logo imaginavam que seus veículos haviam sido atingidos.
— Comunicamos os corretores (do seguro), mas não sabemos quais os próximos passos, ainda. Dependemos do laudo dos bombeiros — diz a moradora, que pediu para não ser identificada. — Mas não tem problema, o importante é que está todo mundo bem.
Um dos veículos era uma viatura da Polícia Civil
Os moradores só poderão acessar a garagem após a conclusão da perícia. O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, delegado João Paulo Abreu, confirmou a GZH que um dos veículos é uma viatura discreta da Polícia Civil, que tinha permissão para estar no condomínio.
A moradora Priscila Oliveira conta que o salão de festas, que tinha o piso branco, ficou coberto de fuligem.
— Os assentos das cadeiras também eram brancos — comenta, comparando com uma foto que fez mostrando a cor escura atual.
A jornalista Melina Fernandes, que mora no 14º andar, conta que não escutou o alarme de incêndio na hora do fogo:
— A gente estava dormindo e eu ouvi gritos de "fogo" e sirene. Acordei meu marido e pedi para colocar um tênis, caso precisássemos ajudar crianças e idosos, e peguei a bolsa e o celular. Descemos correndo sem muita informação.
A síndica do prédio, Simone Pires Pereira, afirma que o alarme de incêndio foi trocado recentemente e testado, e que o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) estava em dia. Logo após o controle das chamas, a Defesa Civil foi acionada para verificar a segurança na estrutura do imóvel.
Veja a íntegra da nota do IGP:
"O Instituto-Geral de Perícias iniciou pela manhã o trabalho pericial na garagem de um prédio em Porto Alegre, onde um incêndio atingiu 11 veículos. O perito criminal responsável já conseguiu localizar o foco das chamas. O trabalho, a partir de agora, vai se concentrar em determinar se a causa foi interna - como uma pane ou defeito no carro - ou provocada por agentes externos.
O levantamento precisou ser interrompido por causa da fumaça e do cheiro de combustível. A previsão da equipe do Departamento de Criminalística é voltar ao local hoje à tarde ou amanhã."