Um dos empresários mais conhecidos e carismáticos do meio das churrascarias gaúchas, Edilar Giovanaz faleceu, aos 66 anos, na madrugada desta quinta-feira (27), em Porto Alegre, em decorrência de uma parada cardíaca.
O velório e o enterro foram realizados em Coqueiro Baixo, município do Vale do Taquari, onde ele nasceu, em 11 de novembro de 1955. O seu registro de nascimento, porém, é de Nova Bréscia, cidade colonizada por descendentes de imigrantes italianos e distante pouco mais de 119 quilômetros da Capital.
— Era um paizão. Ele cativava todo mundo. O pessoal que ia na churrascaria conhecia ele. Gostava muito de tratar bem as pessoas que estavam com ele — conta o filho Diógenes Henrique Giovanaz, 40 anos, que atua como corretor de imóveis.
A família Giovanaz é proprietária de quatro tradicionais estabelecimentos gastronômicos de intensa memória afetiva da Capital — Giovanaz, Dom Henrique, Porto Bello e Princesa Isabel. Nenhum dos quatro restaurantes abriu durante esta quinta-feira em respeito ao falecimento de Edilar, que era responsável pela Dom Henrique, localizada na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus. Era possível ver pequenos cartazes com a palavra “luto” escrita nas portas das churrascarias. Algo bem diferente de um dia normal, quando filas ocupam as fachadas dos pontos com clientes à espera de uma mesa e, sobretudo, de saborosos cortes de carne, generosas porções de polenta frita e da inconfundível salada de maionese.
Conforme os familiares, Edilar Giovanaz gostava de jogar cartas, mas era conhecido mesmo por se dedicar com paixão ao trabalho no dia a dia. Conheceu a esposa, Mara Regina Giovanaz, 64 anos, em Brasília, onde foi trabalhar ainda jovem em uma churrascaria da família. O casamento ocorreu em Campinas (SP). Depois, o empresário partiu para a capital de São Paulo, onde teve a churrascaria Mate Amargo. Voltou para a capital gaúcha havia 25 anos. Além de Diógenes, o casal teve uma filha — Natália Giovanaz, 36, que mora na Austrália.
— O jeito dele de tratar com as pessoas sempre me chamou a atenção. Era muito atencioso com todo mundo — diz Diógenes.
O empresário também gostava de passear e, apesar de não ser muito ligado ao futebol, torcia para o Corinthians. Há cinco anos, Edilar combateu um câncer na região do pé.
Edilar tinha 11 irmãos (um já falecido), e a Dom Henrique deverá, agora, ser administrada pelo irmão Élio, que já trabalhava com ele no restaurante.
O sobrinho Jovani Giovanaz, 42, que trabalha como empreendedor e tem formação em Direito, também menciona que o tio trabalhava bastante. E enumera as qualidades do familiar.
— Era um cara grandioso, bravíssimo, gente do bem, carinhoso, sorridente, inteligente, paizão de família. Agregava valor à sociedade e à família — recorda, acrescentando que o tio era ainda calmo e sereno.
O corpo de Edilar foi enterrado no mesmo cemitério em Coqueiro Baixo onde repousam os pais, Henrique e Fileta Cantu Giovanaz. Além da esposa e dos filhos, o empresário deixa os netos Lorenzo, oito anos (filho de Diógenes), Pietro, dois, e o recém-nascido Lucca (ambos filhos de Natália).