O projeto de revisão e expansão da rede cicloviária de Porto Alegre foi apresentado na manhã desta quinta-feira (15) a representantes de shopping centers de Porto Alegre, em reunião na sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Atualmente, a rede cicloviária da Capital conta com cerca de 70 quilômetros de extensão, e o novo plano pretende ampliar em mais 30 quilômetros.
Este foi o oitavo e último encontro sobre o plano. O ciclo de conversas também contou com a participação de ciclistas, esportistas, cicloativistas, representantes do comércio, do setor da saúde, da educação e conselhos municipais, com o objetivo de entender as necessidades da população quanto ao uso de bicicletas e ciclovias.
Após a apresentação da estrutura cicloviária de Porto Alegre, foi o momento de ouvir as opiniões dos participantes. A partir das considerações apresentadas, a prefeitura poderá reavaliar o plano e estudar a viabilidade de adequações. Para dar seguimento ao projeto, um seminário deverá ser realizado em outubro sobre o que foi abordado até o momento. Logo após, a prefeitura dará início às audiências públicas e, por último, à revisão do plano e à proposta final a partir das contribuições recebidas de cada setor. Por lei, o Plano de Revisão Cicloviário deve ser debatido a cada 10 anos.
Presente na reunião, o secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, frisou que o projeto não envolve apenas a rede cicloviária de Porto Alegre.
— Queremos entender como as pessoas fazem uso da bicicleta, queremos que as bikes compartilhadas tenham relação com o transporte público da Capital, ainda mais agora que vamos ampliar de 41 para cem o número de estações, com bikes elétricas. Este é um canal de diálogo para ouvir a sociedade e colher informações — ressalta o secretário.
Para o coordenador de Planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana, João Paulo Cardoso Joaquim, que apresentou o projeto na reunião, escutar a população é essencial, pois, a cada dia, mais pessoas utilizam a bicicleta como meio de transporte, e não apenas para passeio.
— Observamos que as pessoas têm escolhido as bicicletas como meio de transporte, abrindo mão do automóvel. Queremos trazer a bicicleta como um veículo de transporte como qualquer outro. E essas reuniões são justamente para falarmos sobre a infraestrutura cicloviária e soluções de projetos, pensando em como contemplar a todos que fazem uso da bicicleta — explica Joaquim.
Entre as principais avenidas a serem contempladas pelo plano, estão a Sertório – prioritária –, a Osvaldo Aranha e a João Pessoa no entorno do Parque Farroupilha (Redenção), além da Pernambuco, Assis Brasil e Baltazar de Oliveira Garcia, entre outras.
Conforme dados apresentados pela Secretaria de Mobilidade Urbana, cerca de 500 mil pessoas circulam diariamente pela região central da Capital - em torno de 5% de bicicleta. A administração entende a necessidade não apenas da ampliação, mas da conexão entre trechos de ciclovias na cidade.
Para Sílvia Rachewsky, gerente de Marketing e Comercial do Shopping Total, que participou da reunião, a discussão sobre mobilidade urbana é extremamente importante, tendo em vista que envolve diversos segmentos.
— Quanto às ciclovias ou áreas demarcadas, precisa de fato um planejamento muito detalhado, tendo em vista o crescimento do uso de bicicletas não só como esporte, passeio, mas também como meio de transporte. Além da questão estrutural, devem ser levadas em consideração a educação e a conscientização dos motoristas, ciclistas e pedestres. Uma cidade com mais gente na rua, circulando em espaços adequados, se torna mais segura, isso é cidadania — avalia Sílvia.
Os investimentos para a desenvolvimento do projeto da rede cicloviária virão de financiamentos, contrapartidas e recursos próprios da prefeitura. Ainda não há projeção de valores.