O buraco que surgiu no meio de um trecho da ciclovia da Avenida Ipiranga, na altura do número 3.380, na noite de terça-feira (30) foi consertado nesta quarta (31). De acordo com a prefeitura, a origem do buraco foi um reparo em um bueiro e encanamento subterrâneo que apresentavam deterioração gradual ao longo dos últimos meses. Entre as 10h e as 16h de terça, uma equipe de quatro funcionários contratados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) abriu o chão, removeu a terra excedente com o auxílio de uma máquina e instalou uma nova estrutura de encanamento.
Durante o serviço, houve impacto no trânsito, tanto de automóveis na via asfaltada quanto de bicicletas no trecho da ciclovia, situado próximo do cruzamento com a Avenida Cel. Lucas de Oliveira, no bairro Petrópolis, na zona leste de Porto Alegre. Por volta das 11h desta quarta, a pista da esquerda seguia parcialmente bloqueada, obrigando os veículos a desviar do meio-fio.
O reparo envolveu a construção de uma nova estrutura do chamado poço de visita. O espaço abaixo da ciclovia garante o fluxo da água da chuva que cai no asfalto da Ipiranga diretamente para o Arroio Dilúvio. O nome é dado porque também possibilita que técnicos entrem e façam uma “visita” para limpeza ou verificação da tubulação subterrânea.
Segundo relatos de funcionários de uma mecânica automotiva que fica em frente à obra, um buraco se formava na superfície há meses. Fabrício Trindade, 43 anos, que trabalha há sete no comércio automotivo, indica que já havia sinais de desgaste no local:
— A ciclovia estava com funcionamento normal, apesar do buraco, mas a encosta do Dilúvio estava com pequenos deslizamentos há mais ou menos um ano.
A situação foi confirmada pelo diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia.
— Já tínhamos recebido um chamado para o local, então, realizamos vistorias. Foi um reparo de uma tubulação de pequeno porte que estourou. Não apresentava um grande comprometimento antes disso, apenas uma pequena depressão na pista de ciclismo — explica Garcia.
Questionados se há uma rotina de revisões das estruturas à margem do Dilúvio, o Dmae e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) afirmam que é constante a atenção das autoridades aos taludes e demais pontos de risco. As manutenções nos 2,5 milhões de metros de canos subterrâneos da cidade somam 11 mil por mês, segundo Garcia, e nem sempre conseguem ser avisadas da maneira correta a quem circula pelo local que passa por obras.
— Não tem como avisar de todas (as obras) da mesma maneira, focamos nossa comunicação nas mais relevantes para a população — pondera o diretor-geral.
Na terça-feira, Luiz Sommer, 25, precisou desviar seu percurso de bicicleta duas vezes. Pela manhã, teve de descer até o asfalto e dividir espaço com automóveis maiores. Pela noite, voltando para casa pela mesma Avenida Ipiranga, conseguiu utilizar a grama que fica entre o meio fio e a ciclovia, mas se sentiu desconfortável com a surpresa no trajeto diário.
— Parecia normal, na superfície. Achei estranho ter obra acontecendo, mas que bom que resolveram rápido — comentou o ciclista, na manhã desta quarta, encontrando a pista coberta novamente.