Foram devolvidas nesta quarta-feira (1º) as sapatilhas de balé que tinham sido esquecidas no porta-malas de um carro de transporte por aplicativo, em Alvorada. Em menos de 24 horas, a reportagem publicada por GZH chegou até o motorista do Versa, que entregou os 20 pares ao projeto Mãos do Futuro nesta manhã.
— Só tenho a agradecer, as crianças vão ficar enlouquecidas — comemora a professora Cristiane dos Santos Ataya, 45 anos.
Os objetos foram levados até o Centro Cultural 25 de Julho, bairro Auxiliadora, zona norte da Capital. O local é um estúdio que oferece aulas ao grupo, uma vez por mês, de forma voluntária. Ao entregar as sacolas, o motorista se desculpou pela demora, segundo Cristiane.
— Eu não quis prejudicar o rapaz em nenhum momento. Sou muito grata. Ele falou que não teve tempo antes e que como mora em Porto Alegre, acabou não voltando a Alvorada. Eu entendo, claro. Graças a Deus não perdemos as sapatilhas, que pra nós têm muito valor — agradece a idealizadora do projeto.
As doações estavam como foram deixadas no carro: cada par em um saquinho, separadas pelas cores preto e rosa. Além das sapatilhas, um fardo com pacotes de arroz, feijão, massa e óleo de soja também terá o destino previsto inicialmente: a alimentação de famílias da Região Metropolitana acolhidas na garagem adaptada para funcionar como sala de aula.
Mobilização
Cristiane recebeu dezenas de mensagens no WhatsApp, logo que a história foi contada no programa Timeline, da Rádio Gaúcha, no final da manhã de terça-feira (31). Com a reportagem em destaque no Diário Gaúcho e em Zero Hora, os contatos cresceram.
— A reportagem foi compartilhada em grupos de motoristas, teve doação em dinheiro e até rancho chegou lá em casa. Muito obrigado a todo mundo que ajudou — complementa a educadora, com uma edição do DG em mãos.
Duas mães ainda procuraram o projeto para doar roupas de balé em bom estado, mas que não servem mais nos filhos delas.
Cuidado
A caminho do automóvel que levaria as doações para casa, a professora evitou o bagageiro e colocou os itens a seu lado, no banco do passageiro.
— Não vou deixar ela esquecer a sacola no carro — brincou o motorista Júlio, que já conhecia a história das sapatilhas.