Reduto da cultura alternativa da Capital entre 2004 e 2017, a casa noturna Beco 203 encheu os antigos clientes de esperança ao movimentar a conta nas redes sociais. Um post com a logomarca e a inscrição “oi, sumidxs” gerou mais de 780 comentários na última semana, especulando sobre a reabertura do lugar, no bairro Independência.
Mas não é esse o caso — pelo menos por enquanto. O objetivo do proprietário Vitor Lucas foi testar a reação dos clientes e gerar expectativa para uma semana de eventos que vai promover em outro lugar:
— Vai ser uma imersão em outra casa para entender a força que o Beco tem.
A ideia é reproduzir as festas no Cortex, no 4º Distrito, entre 6 e 9 de julho. Na quarta-feira (6), vai ocorrer a Festa Fuck Rehab. Quinta (7), sexta (8) e sábado (9), devem ser alternados ritmos que marcaram a casa noturna, como indie, rock, pop e hip hop. A divulgação oficial na conta do Instagram e o início das vendas de ingressos devem ocorrer na quarta-feira.
O Beco foi um dos precursores no estilo indie no Brasil, trazendo mais de 200 shows internacionais ao longo de 17 anos, como da banda sueca Miike Snow, os norte-americanos da OK Go e a francesa Yelle. Anunciou o fechamento em outubro de 2017 — na época, Vitor contou a GZH que o negócio estava perdendo a identificação com as origens e resolveu fechar “antes que a coisa piorasse e tivéssemos que tocar gêneros mais avessos ao nosso conceito para poder sobreviver”. No endereço onde funcionava, na Avenida Independência, hoje há outra casa noturna.
Vitor afirma que se assustou com a forte repercussão na última semana. E, ao contrário do que questionaram alguns seguidores, a volta pode não ser apenas uma ilusão.
— A gente quer entender a necessidade de Porto Alegre para mais adiante pensar em retomar. Parece que a galera quer indie e rock de volta — diz.