Na véspera da abertura de um dos principais eventos de inovação e tecnologia do mundo, o South Summit, o Cais Mauá se caracterizou pelo velho e duro trabalho braçal nesta terça-feira (3), em Porto Alegre.
Enquanto centenas de participantes já circulavam pelo local para fazer o credenciamento antecipado e evitar o risco de filas no primeiro dia de programação, operários e empreendedores cruzavam freneticamente entre os armazéns para dar os últimos retoques na montagem das estruturas principais e dos estandes.
Conforme o diretor-geral do evento, Thiago Ribeiro, no final da manhã, cerca de 95% de todo o aparato previsto para receber os visitantes estava pronto.
— As estruturas principais estão concluídas, o que falta fazer é a parte de cenografia, decoração, os testes de som. Como é um evento que tem a sustentabilidade como pilar, teremos bastante verde — afirmou Ribeiro por volta do meio-dia.
No começo da tarde, esse conceito já podia ser observado desde os pórticos de acesso ao espaço do encontro até o interior de cada armazém – o cenário é marcado principalmente pelo uso de madeira e folhagens. Funcionários passavam de forma apressada carregando plantas e vasos que seriam espalhados pelo local.
Vindos de Brasília, um trio de servidores do Serpro, empresa pública de tecnologia da informação, aguardava suas credenciais enquanto acompanhava o vaivém das equipes do South Summit.
— Esperamos poder apresentar nossos produtos e nos aproximar das startups para que conheçam nosso programa de incentivos a esse setor — afirmou o gerente da Divisão de Negócio para Mercado Privado do Serpro, Ricardo Queiros Camurça.
Por meio do aplicativo oficial do evento, já disponível nas lojas Google Play e App Store, os visitantes que compraram ingresso individualmente já podiam gerar um QR Code que, apresentado no setor de credenciamento, dá direito ao crachá de identificação que serve como passe para os diferentes ambientes. Compras coletivas feitas por empresas permitem a retirada de todas as credenciais de uma só vez mediante o número do voucher gerado na aquisição do lote de entradas.
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No interior dos armazéns, os empreendedores responsáveis pelos estandes também faziam os últimos ajustes nas estruturas e testavam algumas das atrações a serem apresentadas ao público. Entre elas, por exemplo, uma viagem pelo Parque do Jalapão, no Tocantins, com o uso de óculos de realidade virtual em um ambiente digital reproduzido pela empresa Transformação Digital.
A criatividade, além das telas eletrônicas, também estará presente no rústico Muro da Mauá. Jovens ligados ao Centro de Promoção da Criança e do Adolescente (CPCA), entidade que presta assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade social, finalizavam a decoração da face interna da estrutura de concreto com pinturas e colagens.
Uma das obras simulava o célebre quadro Operários, de Tarsila do Amaral, com os rostos de jovens do CPCA no lugar dos trabalhadores.
— Ainda não sabemos o que tem dentro dos armazéns, mas estamos bastante curiosos para descobrir — garantiu a educanda do centro Jéssica Carneiro, 17 anos, ao lado da colega Silene Rocha, 21, e do educador social Renan Vilas.
A partir desta quarta-feira, o restante dos cerca de 15 mil visitantes esperados para o South Summit também poderá descobrir o que o Cais Mauá tem a oferecer ao longo dos três dias de programação.