
Quem era essa personalidade homenageada na placa de rua? O que ela fez? Quando? Perguntas como essas direcionadas a placas de rua de Porto Alegre podem ser respondidas na exposição itinerante Ruas de Porto Alegre, aberta à visitação no andar térreo do Paço Municipal. Além de matar curiosidades, é uma oportunidade para conhecer um pouco da história emplacada nas esquinas da cidade.
Os visitantes poderão aprender muitas coisas com as placas expostas ao público. A Avenida Icaraí, por exemplo, em tupi-guarani significa "água" ou "rio sagrado". A Avenida Princesa Isabel homenageia a filha de Dom Pedro II. Foi ela que assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea.
O curador da mostra é o vereador Adeli Sell (PT), que, além de ser pesquisador do tema, aproveitou para se divertir enquanto selecionava as placas mais curiosas.
— Pergunta para algum morador da Restinga se ele sabe quem foi João Antônio da Silveira. Não sabem que foi o quarto general farroupilha. E, além do mais, está escrito avenida na placa, o que está errado. Por lei, é Estrada João Antônio da Silveira — esclarece.
Autor do livro Certas Ruas de Porto Alegre, o político também comenta acerca da Estrada do Forte, que passou a ser avenida e ainda carrega outra curiosidade.
— O nome dessa avenida diz respeito ao cerco farroupilha sobre Porto Alegre, com duração de quatro anos. Havia 11 lugares de defesa, e um deles era um forte que ficava na Zona Norte. A Estrada do Forte, que passou a ser chamada de avenida, vem da Assis Brasil e depois se transforma em Saturnino de Brito. E quem foi ele? Trata-se de um engenheiro sanitarista importantíssimo. É uma via com dois nomes: Avenida do Forte e Saturnino de Brito — explica.
Nos cinco painéis contendo um total de 79 placas (algumas são originais e outras reproduções), há até peças escritas à mão. Em três desses espaços de exibição, além da reprodução das placas, está registrada a história do personagem ou evento homenageado.
A mostra ainda não foi inaugurada oficialmente, mas já pode ser visitada gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h. A ideia é levá-la no formato itinerante para outras oito regiões da Capital, apesar de o roteiro não estar definido. As escolas municipais deverão ter preferência para abrigar a exposição.
— Saber quem são essas pessoas e por quais motivos ganharam a homenagem de ter o nome em uma rua é um ganho cultural para toda cidade — observa Rogério Beidacki, secretário extraordinário executivo para os 250 anos de Porto Alegre.
A proposta dos organizadores é colocar em um painel os nomes de algumas ruas do bairro que também receberá a mostra, criando uma identidade local para os visitantes.
— Tivemos a ideia para a exposição a partir de dois pilares: a surpresa de encontrarmos placas tão diferentes na cidade e a curiosidade pela história do nome que a rua tem — compartilha Daniel Costa, diretor-geral do Grupo Imobi, empresa responsável pela identificação e sinalização das ruas da capital gaúcha. Ela venceu a licitação em janeiro de 2020 e já trocou ou instalou cerca de 43 mil placas, até agora.
A exposição itinerante Ruas de Porto Alegre é organizada pelo Grupo Imobi em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e a Secretaria Extraordinária para os 250 anos.